Rio: Cientistas detectam coronavírus no ar em ruas e prédios próximos a hospitais

Área aberta do hospital Leishenshan que tratou pacientes com Covid-19, em Wuhan, na China Foto: ALY SONG / REUTERS

coronavírus Sars-CoV-2 pode permanecer no ar por tempo indeterminado em ambientes abertos e no interior de prédios. A descoberta mostra que o risco de contágio é substancialmente maior, alerta hoje um estudo publicado na revista Nature.

Partículas em suspensão do coronavírus, em aerossol, foram detectadas no monitoramento ambiental de dois hospitais de tratamento de Covid 19 e de áreas públicas vizinhas a eles em Wuhan, na China.

Os cientistas chineses que realizaram a pesquisa, porém, não puderam ainda determinar o potencial de infecção dos vírus em suspensão no ar. Os pesquisadores destacaram que o número de amostras analisado é pequeno, mas a descoberta é importante o suficiente para alertar sobre a necessidade de evitar multidões, manter a boa ventilação e realizar desinfecção cuidadosa de todos os ambientes.

O estudo foi realizado pela equipe de Ke Lan, da Universidade de Wuhan. Eles coletaram 40 amostras de 31 lugares.

Está comprovado que o coronavírus pode ser transmitido através do contato próximo com uma pessoa infectada, por meio do contato com superfícies contaminadas ou pela inalação de gotículas liberadas pela respiração ou a fala de pessoas com o vírus. Mas há dúvidas sobre o potencial de contágio do vírus em suspensão no ar.

Os pesquisadores encontraram amostras com o coronavírus dentro e fora de dois hospitais dedicados à Covid 19 em fevereiro e março. Um deles era um hospital de campanha em Wuhan.

Nas enfermarias, a concentração do coronavírus era maior do que nos banheiros. Isso se explica porque os banheiros não são ventilados, enquanto as enfermarias eram isoladas e tinham o ar trocado em um ambiente controlado. O ambiente com a maior concentração de coronavirus foram justamente as salas usadas para a retirada dos EPIs por profissionais de saúde.

Os cientistas destacaram que as concentrações de vírus caíram significativamente depois que aumentou o rigor e a frequência de desinfecção desses lugares.

O coronavírus também foi encontrado em suspensão no ar nas imediações de prédios residenciais e supermercados próximos aos hospitais, porém, em concentrações menores. No entanto, uma área aberta por onde passava mais gente junto a um dos hospitais teve registrada elevada concentração de coronavírus.

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Uma explicação para isso seria o trânsito de pessoas infectadas por essas áreas.

O próximo passo dos cientistas será avaliar o potencial de infecção do coronavírus em aerossol e por quanto tempo ele pode permanecer infeccioso nessas condições.

fonte: oglobo.globo.com

Brasília: PGR pede abertura de inquérito para apurar contrato da gestão de Flávio Dino no Maranhão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um pedido de abertura de inquérito contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para apurar suspeitas de irregularidade em um contrato do seu governo, para a compra de combustível destinado a abastecer um helicóptero.

O pedido de inquérito foi enviado na última semana à corte especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araujo, responsável na PGR pelas investigações de governadores. O caso vai tramitar sob sigilo. Procurado, o governo do Maranhão negou irregularidades no caso e disse que o governador Flávio Dino não teve participação nesse contrato feito pela Secretaria de Segurança Pública.

Segundo a investigação, o governo do Maranhão fez um contrato para comprar 175 mil litros de combustível por ano  para abastecer um helicóptero modelo EC-145 usado pela Secretaria de Segurança. De acordo com informações preliminares apuradas pelos investigadores, o consumo anual deste helicóptero, considerado o uso previsto em contrato de 60 horas por mês, seria de 144 mil litros. Para a PGR, há suspeitas de que 31 mil litros tenham sido comprados a mais, o que provocaria prejuízo de R$ 267 mil aos cofres públicos.

“Veja-se, portanto, que a licitação, ao menos aparentemente, está calcada em elementos incoerentes, não condizentes com o consumo esperado para esse tipo de aeronave, gerando fundada suspeita de ilicitude e, em tese, desvio de recursos públicos”, escreveu a subprocuradora em seu pedido de abertura de inquérito.

O caso teve início com uma representação feita por um cidadão à primeira instância do Ministério Público Federal no Maranhão. O primeiro procurador responsável pelo caso avaliou que não havia indícios de irregularidades e arquivou o inquérito. O cidadão recorreu e o caso foi analisado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, órgão superior que analisa casos de corrupção e temas correlatos. Por unanimidade, a 5ª Câmara decidiu que havia indícios mínimos da ocorrência de crimes e determinou que uma investigação fosse aberta.

Com isso, a apuração da responsabilidade criminal ficou com a PGR, já que o governador Flávio Dino possui foro privilegiado. O inquérito mira um contrato da sua gestão e a PGR vai apurar se o governador teve relação com as irregularidades. Também foi aberto um inquérito civil de improbidade administrativa na primeira instância.

Ao pedir a abertura, a subprocuradora solicitou que o inquérito seja enviado para a Polícia Federal no Maranhão dar prosseguimento às diligências.

Outro lado

Procurado, o governo do Maranhão negou irregularidades e afirmou que Flávio Dino não tem relação com a assinatura do contrato pela SSP.

“A suposta denúncia carece de fundamento e é totalmente desprovida de seriedade. Se houve necessidade de esclarecimentos complementares, a Secretaria de Segurança Pública prestará no momento oportuno. O governo do Maranhão também esclarece, no que se refere ao foro no STJ, que obviamente não é o governador do Estado que pratica atos administrativos sobre a compra de combustíveis na Polícia Militar, tampouco é quem abastece veículos ou aeronaves. Logo, se existir algum procedimento formal, certamente ele não pode se dirigir ao governador, pois seria um disparate jurídico”, diz a Secretaria de Comunicação do governo.

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Também em nota, a SSP do Maranhão reiterou que o consumo do helicóptero é de 310 litros por hora e que o contrato pode ser reajustado caso se consuma quantidade menor. “Mesmo diante de possíveis variações de consumo de combustível durante o voo, em decorrência de mudanças de temperatura, velocidade, altitude etc., os valores pagos pela Secretaria de Segurança sempre serão os estabelecidos pelo real consumo da aeronave, comprovados através de notas fiscais dos abastecimentos”, diz a SSP.

Em uma rede social, o governador Flávio Dino atribuiu o inquérito a uma retaliação política do procurador-geral da República Augusto Aras contra ele. Dino compartilhou uma publicação que dizia que a PGR estava a serviço do Palácio do Planalto ao solicitar a investigação., revelada pelo GLOBO

“Impossível acreditar que alguém imagine que é o governador que cuida de combustível na Polícia Militar. Petição desprovida de seriedade. Vou representar por abuso de autoridade contra quem subscreveu tamanha indecência. E não mudarei minha conduta séria e corajosa”, escreveu Dino.

fonte: oglobo.globo.com

Pedreiras: já são cinco casos positivo do Coronavírus no Município

Com mais três confirmados, Pedreiras chega a cinco casos de Covid-19. 

A Prefeitura de Pedreiras por meio da Secretaria Municipal de Saúde/Grupo Técnico Municipal de Enfrentamento a Doença pelo Coronavírus (COVID-19) – GTM COVID-19 atualizou os números nesta segunda-feira (27/04), às 10:27h, por meio do Boletim Informativo nº 21.

O Grupo Técnico (GT) do COVID-19 de Pedreiras recebeu mais 03 resultados de exames laboratoriais, sendo Todos “POSITIVOS” para o Novo Coronavírus. Os Casos confirmados, seguem em término de tratamento e em bom estado geral, cumprido isolamento domiciliar com seus contatos, e em monitoramento pelo GT COVID-19.

Informamos ainda que, na data 26/04/2020 notificamos mais 03 casos suspeitos de COVID-19 com classificação leve, trata-se de 02 homens com idades de 45 e 50 anos sem comorbidades e uma mulher de 45 anos também sem comorbidade.

A Coleta para pesquisa de vírus respiratório (RT-PCR) foi realizada na data de 26/04/2020, com entrega no LACEN-MA na data vigente às 09:46h, todos seguem em isolamento domiciliar com seus contatos e com monitoramento pelo Grupo Técnico (GT) do COVID-19 de Pedreiras.

Com esta atualização, e acréscimo de 03 novos casos suspeitos, residentes de Pedreiras, permanecem aguardando resultados laboratoriais, 14 casos suspeitos do Novo Coronavírus (COVID-19), todos seguem em monitoramento.

fonte: pedreirasoficial.blogspot.com

Pedreiras: Prefeito está em quarentena após coleta do material para exame do Coronavírus

Antônio França – Prefeito de Pedreiras/Foto: Sandro Vagner

Alguns blogs de Pedreiras repercutiram matérias relacionadas à possível contágio por Covid-19 pelo prefeito Antônio França. Diante das dúvidas colocadas nestes veículos de comunicação em direções diversas, e para esclarecer os fatos, estamos informando que na tarde deste domingo (26/04), o gestor pedreirense recolheu material para exames laboratoriais para detecção do Novo Coronavírus.

O material será encaminhado na próxima remessa, já nesta segunda-feira (27), para o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (LACEM).

A coordenadora do Grupo Técnico Municipal de Enfrentamento a Doença pelo Coronavírus (COVID-19) – GTM COVID-19 de Pedreiras, Macleya Gomes fez a coleta do material para o exame, e esclareceu em vídeo caseiro: “Hoje, dia 26 de abril de 2020, estivemos realizando o RT-PCR do prefeito de Pedreiras, Antônio França, porque hoje de acordo com divulgações de blogs foi realizado um teste rápido que a gente não sabe a procedência, e uma vez que todo teste rápido não é específico somente para Covid-19, ele pode capturar outros vírus respiratórios, então para dar uma resposta à sociedade nós realizamos o teste específico e vamos aguardar o resultado dos exames”, explicou.

Prefeito Antônio França fez os seguintes esclarecimentos: “Estou aqui neste momento para fazer o exame específico do Covid-19, poios o teste rápido gerou algumas dúvidas, e para que eu a população possamos ficar tranquilos, diante de algumas especulações e para estar mostrando a real situação da minha saúde e tranquilizando aqueles que realmente se preocupam comigo, e a minha preocupação também com as pessoas que convivem comigo no dia a dia, que sabemos que são muitas pessoas para que assim possamos tomar as providências necessárias e devidas quanto aos meus contatos com estas pessoas nos últimos dias”, disse.

Quarentena

“E a partir deste momento estarei cumprindo a quarentena de acordo com as normas técnicas repassadas pela nossa coordenadora Macleya, para que possamos estar mantendo a segurança e a tranquilidade das pessoas que de certa forma possa ter contato comigo. Estarei cumprindo a quarentena de acordo com as normas técnicas do Ministério da Saúde para assim termos segurança quanto à questão da minha saúde”

Teste

O método RT-PCR  é o mais utilizado para diagnóstico do COVID-19, ele tem vários protocolos validados pela OMS.

Esse teste é o padrão ouro para detectar o RNA do SARS-CoV-2 é obtido pelo raspado da nasofaringe e orofaringe.

Veja o vídeo com esclarecimentos do prefeito de Pedreiras.

fonte: pedreirasoficial.blogspot.com

Brasília: Após Bolsonaro chamá-lo de mentiroso, Moro rebate: “Verdade acima de tudo”

Foto: Sergio Lima/AFP)

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro alterou o lema de campanha do presidente Jair Bolsonaro ao denunciar que vem sendo alvo de fake news desde que deixou o governo, na sexta-feira (24/4).

Em uma postagem no Twitter, Moro diz que uma campanha em redes sociais e grupos de WhatsApp buscam “desqualificá-lo”. “Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato”, escreve.

Ele, então, termina a mensagem com as frases “Verdade acima de tudo, fazer a coisa certa acima de todos”, em referência ao lema de campanha de Bolsonaro — “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Moro mentiu, diz presidente

Mais cedo, em uma rede social, Bolsonaro retomou os ataques ao ex-ministro e disse que Moro “mentiu” ao acusá-lo de interferência política na Polícia Federal.

“Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na PF. Nenhum superintendente foi trocado por mim. Todos foram indicados pelo próprio ministro ou diretor-geral. Para mim os bons policiais estão em todo o Brasil e não apenas em Curitiba, onde trabalhava o então juiz”, escreveu o presidente.

Bolsonaro compartilhou vídeo da presidente do Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo, Susanna Val Moore, em que ela defende que a autonomia da PF estaria sendo respeitada.

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“A PF é submetida ao controle externo do ministério Público Federal. Os principais atos das investigações obrigatoriamente necessitam de ordem judicial”, disse Susanna no vídeo, para, depois, emendar: “Percebemos que já existe uma autonomia, tem uma história dessa autonomia e que vai continuar. Então nós policiais federais acreditamos que a PF vai continuar trabalhando de forma independente e sem interferência.”

fonte: correiobraziliense.com.br

Pedreiras: Secretaria de Saúde divulga o segundo caso positivo do Coronavírus no Município

Pedreiras recebeu resultado de mais dois exames laboratoriais, sendo 01 caso “POSITIVO” e outro “NEGATIVO” para Coronavírus (COVID-19). A Prefeitura de Pedreiras por meio da Secretaria Municipal de Saúde/Grupo Técnico Municipal de Enfrentamento a Doença pelo Coronavírus (COVID-19) – GTM COVID-19 atualizou os números neste domingo (26/04), às 07:39h, por meio do Boletim Informativo nº 20.

O Caso confirmado encontra-se em bom estado geral, já em término de tratamento medicamentoso, e em isolamento domiciliar com seus contatos, sendo monitorado pelo GT COVID-19.

BOLETIM INFORMATIVO Nº 20/2020

“Informamos ainda que, na data 25/04/2020 notificamos mais 06 casos suspeitos, sendo 05 casos residentes de Pedreiras e 01 caso residente de Trizidela do Vale. Perfil dos casos suspeitos: 02 do sexo masculino com idades de 34 (sem comorbidade) e 67 anos (com Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS) e 04 do sexo feminino com idades de: 16, 38, 61 e 70 anos, desses somente a idosa de 70 anos tem comorbidade (diabetes mellitus e HAS), as demais sem comorbidade.

A classificação de 05 dos casos é leve, pós atendimento e avaliação médica, foi realizada coleta para pesquisa de vírus respiratório (RT-PCR), e todos seguem em isolamento domiciliar e com monitoramento pelo Grupo Técnico (GT) do COVID-19 de Pedreiras.

A idosa de 70 anos é classificação moderada, segue internada sob cuidados médicos, aguardando regulação para hospital de referência.

Com esta atualização, e acréscimo de 05 casos residentes de Pedreiras monitoramos um total de 14 casos suspeitos do Novo Coronavírus (COVID19)”.

fonte: pedreirasoficial.blogspot.com

Rio: OMS diz que não há base científica para criação de ‘passaporte da imunidade’

Equipe de segurança checa documentos de passageiros de voo especial da Índia para o Reino Unido, em meio a temores pela pandemia Foto: NARINDER NANU / AFP

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que não há evidências científicas que endossem a possibilidade de criar um “passaporte de imunidade” para aqueles que já contraíram o novo coronavírus, como sugerem alguns governos. Para a OMS, “o uso de tais certificados pode aumentar os riscos de transmissão continuada”.

Em publicação na noite desta sexta-feira, a OMS diz há propostas de que a detecção de anticorpos contra o SARS-CoV-2 poderia servir como base para liberar as pessoas para viajar ou voltar ao trabalho assumindo que estão protegidas contra reinfecção, mas que “atualmente, não há evidências de que as pessoas que se recuperaram da Covid-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção”.

A OMS afirma que continua revisando as evidências sobre a resposta dos anticorpos. Segundo a organização, embora a maioria dos estudos mostre que as pessoas que se recuperaram da infecção tenham, sim, anticorpos para o vírus, algumas têm níveis muito baixos, o que pode ser crucial para a recuperação.

“Até 24 de abril de 2020, nenhum estudo avaliou se a presença de anticorpos para SARS-CoV-2 confere imunidade a infecções subsequentes por esse vírus em humanos.”

Testes

A organização alerta que testes de laboratório que detectam anticorpos para SARS-CoV-2 em pessoas, incluindo testes rápidos de imunodiagnóstico, ainda precisam de validação adicional para determinar sua precisão e confiabilidade.

De acordo com a OMS, os testes imunodiagnósticos imprecisos podem categorizar erroneamente as pessoas de duas maneiras: a primeira é dar negativo para quem foi infectado, e a segunda é dar positivo para quem não foi.

“Ambos os erros têm sérias conseqüências e afetarão os esforços de controle. Esses testes também precisam distinguir com precisão entre infecções por SARS-CoV-2 e aquelas causadas pelo conjunto conhecido de seis coronavírus humanos. Quatro desses vírus causam o resfriado comum e circulam amplamente. Os dois restantes são os vírus que causam a Síndrome Respiratória no Oriente Médio (Mers) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Pessoas infectadas por qualquer um desses vírus podem produzir anticorpos que reagem de maneira cruzada com os anticorpos em resposta à infecção por SARS-CoV-2.”

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Atualmente, muitos países estão testando anticorpos contra o SARS-CoV-2 em nível populacional ou em grupos específicos, como profissionais de saúde, contatos próximos de casos conhecidos ou dentro de residências. A OMS diz que apóia essas iniciativas “cruciais para compreender a extensão da infecção e fatores de risco”: “Esses estudos fornecerão dados sobre a porcentagem de pessoas com anticorpos detectáveis, mas a maioria não foi projetada para determinar se elas são imunes a infecções secundárias”.

fonte: oglobo.globo.com

Brasília: ‘Diário Oficial’ publica exoneração de Moro e republica a de Valeixo sem a assinatura do ex-ministro

Bolsonaro fala sobre acusações de que dificultou ações de combate à corrupção

O “Diário Oficial da União” publicou ontem (24) a exoneração de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça.

Também foi republicado o decreto de exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Desta vez, a exoneração não é assinada por Moro, como havia sido publicada na madrugada desta sexta. Valeixo foi demitido por decisão do presidente Jair Bolsonaro, que assina a exoneração com os ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

Moro anunciou demissão do cargo na manhã de ontem, em um pronunciamento na sede do Ministério da Justiça.

No pronunciamento, disse que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF ao decidir demitir Mauricio Valeixo.

Moro afirmou também que, a exoneração de Valeixo, publicada “a pedido” no “Diário Oficial da União” com as assinaturas dele – Moro – e de Bolsonaro, não foi assinada por ele nem a pedido do agora ex-diretor geral.

O que diz Bolsonaro

Na tarde de ontem (24), Bolsonaro fez um pronunciamento no Palácio do Planalto no qual disse que não interferiu na PF e que Moro havia concordado com a demissão de Valeixo, desde que fosse em novembro, quando ele – Moro – fosse indicado ao Supremo Tribunal Federal.

“Mais de uma vez, o senhor Sergio Moro disse para mim: ‘Você pode trocar o Valeixo sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal’. Me desculpe, mas, não é por aí”, declarou Bolsonaro.

Em uma rede social, Moro disse que “nunca” utilizou a permanência de Valeixo como “moeda troca” para ser indicado ao STF.

“A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”, publicou Moro na internet.

“De fato, o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, acrescentou.

Pedido ao STF

Nesta sexta, o deputado Aliel Machado (PSB-PR) pediu ao STF para suspender os efeitos do decreto de exoneração de Valeixo. O relator do caso é o ministro Ricardo Lewandowski.

Íntegra

Leia a íntegra dos dois decretos publicados no “Diário Oficial”:

Exoneração de Moro

DECRETO DE 24 DE ABRIL DE 2020

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso I, da Constituição, resolve:

EXONERAR, a pedido,

SERGIO FERNANDO MORO do cargo de Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública.

Brasília, 24 de abril de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Exoneração de Valeixo

DECRETO DE 23 DE ABRIL DE 2020 (*)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso XXV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 2º-C da Lei nº 9.266, de 15 de março de 1996, resolve:

EXONERAR, a pedido,

MAURÍCIO LEITE VALEIXO do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Brasília, 23 de abril de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Walter Souza Braga Netto

Jorge Antonio de Oliveira Francisco

(*) Republicado por ter constado incorreção, quanto ao original, na Edição do Diário Oficial da União de 24 de abril de 2020, Seção 2.

fonte: g1.globo.com

Brasília: Equipe de Moro também pede demissão do Ministério da Justiça, mas ajudará na transição

Fabiano Bordignon, diretor-geral do Depen Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

A equipe que acompanhou Sergio Moro no Ministério da Justiça e chefiava secretarias vinculadas à pasta também pediu demissão do cargo em solidariedade ao chefe, mas deve manter os trabalhos até que seja realizada a transição para o novo ministro.

Moro anunciou sua saída na sexta-feira ao relatar que recebeu pressões do presidente Jair Bolsonaro para interferir politicamente na Polícia Federal e frear investigações que lhe preocupavam, além de obter informações de inteligência do órgão. O anúncio provocou uma nova crise política dentro do governo.

Estão na lista de demissionários o secretário-executivo Luiz Pontel, o diretor do Departamento Penitenciário Nacional Fabiano Bordignon (que era cotado como possível nome para comandar a Polícia Federal), o secretário Nacional de Justiça Vladimir Passos (ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o secretário Nacional de Políticas Sobre Drogas Luiz Roberto Beggiora, o secretário de Operações Integradas Rosalvo Ferreira Franco (ex-superintendente da PF no Paraná durante a Lava-Jato) e o secretário Nacional do Consumidor Luciano Timm.

Todos entregaram seus cargos e ficarão nas suas funções até que uma nova equipe seja designada pelo novo ministro, ainda não escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro. Por ser o número dois da pasta, Pontel ocupa interinamente a função de ministro até a nomeação do sucessor de Moro.

Nomes de confiança

A equipe era composta por nomes de confiança de Moro e, por isso, os secretários não cogitaram a possibilidade de tentar se manter nos seus cargos mesmo com a saída do chefe. Quando Moro terminou de fazer nesta sexta-feira seu relato sobre pressões indevidas do presidente Bolsonaro, sua equipe o aplaudiu de pé no auditório do ministério.

Em uma rede social, o secretário Luciano Timm anunciou a saída do cargo: “Minha absoluta e irrestrita solidariedade ao Ministro Moro. Atendi ao seu chamado para servir ao país num projeto de aposta no combate à corrupção, a uma economia de mercado e numa nova política. Deixei em São Paulo minha família, meu escritório, meus amigos. Conheci gente nova, aprendi coisas diferentes, mas acima de tudo servi ao meu país ao lado de uma equipe técnica, comprometida e honesta. Volto a fazer o que sempre soube, não sem antes garantir uma transição segura a(o) meu (minha) sucessor (a).”

fonte: oglobo;globo.com

Brasília; Moro: Bolsonaro queria interferir pessoalmente na PF, ligar para diretores e superintendentes e ter acesso a relatórios

Ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob

O ex-juiz federal Sergio Moro anunciou nesta sexta-feira sua saída do cargo de ministro da Justiça, após o presidente Jair Bolsonaro exonerar o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo,  nome de confiança do ministro na corporação. A troca, segundo Moro, seria uma interferrência política na PF sem uma causa que fosse aceitável.

—  O presidente queria uma pessoa que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações de inteligência, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar essas informações — disse Moro. —  O presidente também informou que tinha preocupação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal e que a troca seria oportuna nesse sentido. Também não é uma razão que justifique, pelo contrário até gera preocupação — ressaltou.

Moro disse que Bolsonaro afirmou que o objetivo da troca no comando da Polícia Federal era, sim, interferir politicamente na instituição. Segundo o ministro da Justiça, o presidente “sinalizou que tinha preocupações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF)”, em referência às investigações em curso sobre fake news e os atos antidemocráticos do último fim de semana. Ainda de acordo com Moro, Bolsonaro afirmou que precisa de delegados na PF com quem ele possa ter contato, inclusive tendo acesso a relatórios de inteligência.

– Falei com presidente que seria interferência política, e ele disse que seria mesmo. Presidente me disse mais de uma vez expressamente que queria ter uma pessoa do conato dele, que ele pudesse ligar, ter informações, colher relatórios de inteligência. Seja diretor, seja superintendente, não é papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. Imagina se durante a própria Lava-Jato, ministro ou diretor-geral, ou a presidente Dilma ou o ex presidente Luiz (Lula) ficassem ligando para o superintendente…. Autonomia da PF é valor fundamental. Grande problema não é quem entra, mas por que alguém entrar. Eu fico na dúvida se vai conseguir dizer não (a Bolsonaro) em relação a outros temas.

Moro destacou na entrevista  que foi prometido carta branca a ele.

— Foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive o superintendente da Polícia Federal – disse, lembrando do convite feito por Bolsonaro.

— No final de 2018 eu recebi convite do entao eleito presidente Jair Bolsonaro, isso eu já falei diversas vezes, e fui convidado a ser ministro da Justiça e da Segurança Publica. O que foi conversado com o presidente foi que teriamos compromisso com o combate à corrupção e à criminalidade. Foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive o superintendente da Polícia Federal — afirmou Moro.

Moro chegou a afirmar que, na gestão anterior do governo federal durante a gestão petista, foi garantida a autonomia aos trabalhos da PF e que isso permitiu o avanço da Lava-Jato.

— É certo que o governo da época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupcao, mas foi fundamental a autonomia da PF para que fosse realizado esse trabalho. Seja de bom grado, seja pela pressão da sociedade — disse.

O ministro afirmou que não estabeleceu como condição ao cargo uma indicação ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, mas disse que pediu a Bolsonaro que fosse garantida uma pensão à sua família caso ele ficasse sem emprego posteriormente.

Moro chegou a afirmar que, na gestão anterior do governo federal durante a gestão petista, foi garantida a autonomia aos trabalhos da PF e que isso permitiu o avanço da Lava-Jato.

— É certo que o governo da época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupcao, mas foi fundamental a autonomia da PF para que fosse realizado esse trabalho. Seja de bom grado, seja pela pressão da sociedade — disse.

O ministro afirmou que não estabeleceu como condição ao cargo uma indicação ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, mas disse que pediu a Bolsonaro que fosse garantida uma pensão à sua família caso ele ficasse sem emprego posteriormente.

— Tinha uma única condição que eu coloquei. Eu disse que como estava abandonando 22 anos da magistratura, contribuí por 22 anos à previdência, perdia ao sair da magistratura essa previdência, pedi apenas que se algo me acontecesse, pedi que a minha família não ficasse desamparada sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei — afirmou.

— Busquei ao maximo evitar que isso acontecesse mas foi inevitável. Não foi por minha opção – disse no início da fala.

Irritado com a exoneração de Valeixo, Moro fez o  pronunciamento no final da manhã desta sexta e anunciou sua saída do cargo.

A saída de Moro, uma semana após a demissão do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, amplia o isolamento político de Bolsonaro e significa a perda do principal fiador de seu discurso de combate à corrupção, principalmente porque a demissão de Moro ocorre justamente devido a uma tentativa de interferência externa na Polícia Federal, o que pode afetar a independência de suas investigações.

A perda do aliado também ocorre em meio ao crescimento nos casos de coronavírus no país, assunto que provocou desgastes entre Moro e Bolsonaro –o ministro defendia medidas mais duras para manter o isolamento, como punição a quem descumprisse quarentena, enquanto o presidente tem se manifestado em favor de um relaxamento do isolamento.

Exoneração de Valeixo

A exoneração de Valeixo foi publicada por Bolsonaro no Diário Oficial desta sexta-feira e pegou Sergio Moro de surpresa. Segundo interlocutores do ministro, ele não foi avisado que a demissão seria formalmente efetivada. Ontem, Bolsonaro afirmou a Moro durante uma reunião no Palácio do Planalto que decidiu tirar Valeixo do comando da PF, mas o ministro ameaçou pedir demissão caso isso se concretizasse.

Ex-juiz da 13ª Vara Federal da Curitiba, Moro foi responsável por conduzir os processos da Operação Lava-Jato, incluindo a condenação do ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Ganhou projeção política no cargo e, após o resultado das eleições de 2018, foi convidado por Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça. Moro, então, decidiu deixar o cargo de juiz federal, no qual tinha estabilidade e carreira garantida, para aceitar o convite e integrar o governo federal.

Como ministro, porém, Moro passou a acumular desentendimentos com Bolsonaro, tendo sido desautorizado em diversos atos da gestão. No primeiro mês da gestão, Bolsonaro editou um decreto para flexibilizar porte e posse de armas sem pareceres técnicos do ministério. Moro mostrou desconforto com o projeto e disse que a medida não era política de segurança pública. Depois, Moro indiciou a cientista política Ilona Szabó como suplente para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A militância bolsonarista nas redes sociais reagiu, e o ministro foi obrigado a desfazer o convite após telefonema de Bolsonaro.

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Seu principal projeto na pasta, o pacote anticrime, foi desidratado na Câmara dos Deputados e não recebeu o apoio esperado de Bolsonaro. Moro também atuou contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli que paralisou investigações iniciadas com base em relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), movimento que irritou Bolsonaro, porque a decisão de Toffoli beneficiava a investigação de seu filho Flávio Bolsonaro por rachadinhas.

fonte; oglobo.globo.com