Brasília: Toffoli dá 15 dias a Weintraub para se explicar sobre ofensas contra UNE

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em entrevista à imprensa Foto: Jorge William / Agência O Globo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, notificou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que preste esclarecimentos sobre ofensas à União Nacional dos Estudantes (UNE). Em sua decisão, Toffoli estabeleceu um prazo de 15 dias para que Weintraub se explique sobre suas afirmações em redes sociais e eventos a respeito da UNE.

A decisão foi uma resposta a uma interpelação judicial movida pela entidade no STF após diversos episódios nos quais Weintraub, segundo a UNE, demonstrou “postura notadamente agressiva contra entidades estudantis”.

A ação da UNE cita uma fala de Weintraub anunciando a data de lançamento da Identidade Estudantil pelo Ministério da Educação (MEC). Na ocasião, o ministro chamou a entidade de “máfia”:

“Por que algumas pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$500 milhões por ano fazendo isso. A gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil, tirar R$500 milhões das mãos da tigrada da UNE.”

A entidade argumenta que a classificação da entidade como uma “máfia” é um “delito contra a honra”. No pedido à Corte, a UNE menciona ainda um episódio que ocorreu no dia do lançamento da Id Estudantil quando Weintraub publicou no Twitter ataques à entidade.

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“Desespero da UNE! Fim da mamata! Mas, tenham compaixão. Enviem sugestões para a UNE sair dessa (comuna adora grana/vida fácil). Segue a minha: ARTESANATO. Grupos de trabalho (experiência nova) fariam cachimbos de epóxi decorados (duendes, dragões). Mas não podem testar antes”, dizia a publicação.

A ação da UNE cita também outros dois casos semelhantes de publicação de Weintraub no Twitter e declarações feitas pelo ministro em lives e eventos. “O Cenário ora traçado demonstra a evidente intenção do interpelado em, a todo custo, prejudicar não somente a instituição estudantil, mas também estigmatizar uma parcela dos estudantes universitários ao associá-los ao consumo de drogas”, diz o documento.

Fonte: oglobo.globo.com

Brasília: Receita abre consulta a lote residual do Imposto de Renda

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Receita Federal abre hoje (8) consulta a lote residual de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física de janeiro. Ao todo, serão desembolsados R$ 725 milhões para declarações de 2008 a 2019, beneficiando 185.891 contribuintes que estavam na malha fina, mas regularizaram as pendências com o Fisco.

A lista com os nomes estará disponível a partir das 9h no site da Receita na internet. A consulta também pode ser feita pelo Receitafone, no número 146. A Receita oferece ainda aplicativo para tablets e smartphones, que permite o acompanhamento das restituições.

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As restituições terão correção de 4,77%, para o lote de 2019, a 113,05%, para o lote de 2008. Em todos os casos, os índices têm como base a taxa Selic (juros básicos da economia) acumulada entre a entrega da declaração até este mês.

O dinheiro será depositado nas contas informadas na declaração no próximo dia 15. O contribuinte que não receber a restituição deverá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para os telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para ter acesso ao pagamento.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Recife: Empresas pernambucanas inventam picolé de cerveja

Produto foi desenvolvido pela sorveteria Frisabor e pela cervejaria artesanal Ekäut/Foto: Divulgação

Com a chegada do verão e a proximidade do Carnaval, duas empresas pernambucanas se uniram para lançar um picolé de cerveja.

O produto será comercializado a partir desta quinta-feira (9) em 24 pontos de venda em Pernambuco. A estimativa é de que, até o fim do Carnaval, 30 mil unidades sejam vendidas.

A invenção é da tradicional sorveteria pernambucana Frisabor, com 62 anos no mercado, e da cervejaria artesanal Ekäut, presente em quatro estados nordestinos e com operações iniciadas em 2016.

A cerveja escolhida para ser tomada no palito foi a do tipo IPA, bastante encorpada, com amargor alto e sabor frutado. O teor alcoólico do picolé é de 3,25%. Em média, uma cerveja do estilo lager, a mais consumida mundialmente, tem entre 4,5% e 5%.

O diretor-executivo da Ekäut, Diogo Chiaradia, explica que o picolé de cerveja não leva leite: a base é água.

“Fizemos a opção de usar um produto mais marcante. É realmente uma cerveja no palito. O leite poderia mascarar o gosto”, diz Diogo.

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Ele argumenta que um sabor muito leve poderia não transmitir a sensação de uma cerveja artesanal.

Foram quatro meses de estudos e simulações com concentrações diferentes até a invenção virar realidade.

O picolé, que será vendido ao preço de R$ 7, tem 60 ml. “A nossa cerveja tem 500 ml. Um picolé representa uma quantidade bem menor”, afirma Diogo.

O diretor-geral da Frisabor, Gustavo Neves, diz que o picolé não tem aroma e nem conservante. “O que fizemos foi pegar a cerveja Ekäut e colocar no palito.”

Ele explica que todo o processo até chegar no produto final foi complexo por apresentar algumas especificidades. “Tivemos a participação ativa do nosso mestre sorveteiro que trabalha com a gente há 52 anos. O consumidor precisa ter a sensação de que ele está tomando uma cerveja gelada. É preciso colocar os ingredientes absolutamente na quantidade certa.”

Gustavo ressaltou que o produto só será vendido mediante apresentação de carteira de identidade para comprovação de que o consumidor é maior de 18 anos.

“Temos um nome a zelar. A gente pensou muito antes de entrar nessa categoria adulta.”

Nos pontos de venda, os picolés serão acondicionados em freezers separados dos demais produtos.

As duas empresas pretendem reforçar os pontos de comercialização nas proximidades dos focos carnavalescos pernambucanos.

No entanto, a ideia é aumentar a variedade de sabores e vender os picolés de cerveja durante todo o ano.

Fonte: folha.uol.com.br

Brasília: Bolsonaro diz que não cederá a lobby e ameaça demitir quem falar em taxar energia solar

Presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de lançamento do Programa Saneamento Brasil Rural, no Palácio do Planalto – Pedro Ladeira – 3.dez.2019/Folhapress

Pelo terceiro dia consecutivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou que está descartada a taxação de energia solar no Brasil e ameaçou demitir quem falar sobre o assunto no governo.

“[Sobre a energia solar] Eu que estava pagando o pato e eu decidi: Ninguém mais conversa, eu que sou o presidente. Se alguém conversar eu demito, cartão vermelho. E decidi, acertando com Alcolumbre e Maia, tanto que Aneel, pelo que ouvi ontem, não vai mais taxar”, afirmou nesta terça-feira (7) ao sair do Palácio da Alvorada.

O presidente criticou também a atuação de lobistas sobre o tema.

“Você pode ver, a questão da energia solar, existia gente interessada em taxar, tá certo? Interessado em taxar, é o tempo todo taxando o povo. O povo tá com cara de tacho de tanto ser taxado no Brasil. Não existe negociação comigo para atender qualquer grupo de lobistas. Consegui resolver porque tive apoio do Rodrigo Maia, tive apoio do Davi Alcolumbre, se não não teria resolvido.”

Pelo terceiro dia consecutivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou que está descartada a taxação de energia solar no Brasil e ameaçou demitir quem falar sobre o assunto no governo.

“[Sobre a energia solar] Eu que estava pagando o pato e eu decidi: Ninguém mais conversa, eu que sou o presidente. Se alguém conversar eu demito, cartão vermelho. E decidi, acertando com Alcolumbre e Maia, tanto que Aneel, pelo que ouvi ontem, não vai mais taxar”, afirmou nesta terça-feira (7) ao sair do Palácio da Alvorada.

O presidente criticou também a atuação de lobistas sobre o tema.

“Você pode ver, a questão da energia solar, existia gente interessada em taxar, tá certo? Interessado em taxar, é o tempo todo taxando o povo. O povo tá com cara de tacho de tanto ser taxado no Brasil. Não existe negociação comigo para atender qualquer grupo de lobistas. Consegui resolver porque tive apoio do Rodrigo Maia, tive apoio do Davi Alcolumbre, se não não teria resolvido.”

Bolsonaro se reúne nesta terça pelo segundo dia seguido com o diretor da Aneel (Agência Nacional Energia Elétrica), Rodrigo Limp Nascimento.

Ele já havia falado sobre o tema em três oportunidades anteriores. A primeira delas foi por meio de um vídeo publicado nas redes sociais no domingo (5).

“O presidente da Câmara porá em votação Projeto de Lei, em regime de urgência, proibindo a taxação da energia gerada por radiação solar. O mesmo fará o presidente do Senado”, disse.

Ao sair do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (6), o presidente reforçou o que havia afirmado nas redes.

“Está uma comoção nacional sobre a energia solar. O governo, a decisão é minha, nenhum ministro, nenhum secretário, ninguém mais fala no assunto, está proibido falar no assunto. O governo não participa de qualquer reunião mais para tratar desse assunto. É tarifa zero”, disse.

Mais tarde, Rodrigo Maia usou as redes sociais para corroborar o que foi dito pelo presidente.

“Acabei de ver um vídeo do presidente Jair Bolsonaro criticando qualquer nova taxação de energia solar. Concordo 100% com ele e vamos trabalhar juntos no Congresso, se necessário, para isso não acontecer.”

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também saiu em defesa de uma não taxação.

“Conversei, ontem com o presidente da República Jair Bolsonaro e reafirmei que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros”, disse.

“Meu compromisso como presidente do Senado é em defesa do Meio Ambiente e do cidadão brasileiro. Sou contra a taxação da energia solar, setor importante da energia limpa, que está em potencial crescimento. Reafirmo que sou contra à criação de novos impostos aos brasileiros.”

Em vídeo publicado em suas redes no domingo (5) à noite, Bolsonaro disse que se dependesse dele, não haveria uma revisão para aumentar a tarifa da energia solar no país.

“É posição do presidente da República, no que depender de nós, não haverá taxação da energia solar”, afirmou.

Ele reconheceu, no entanto, que quem decide a questão é a entidade reguladora Aneel.

“É uma agência autônoma. Seus integrantes têm mandato, e eu não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles”, disse.

“Deixo claro que nós, do governo, não discutiremos mais esse assunto.”

Com a meta de incentivar a geração de energia pelo Sol, a Aneel estabeleceu, em 2012, que o dono da casa onde fossem instalados painéis solares não pagaria encargos, subsídios e tributos pela produção, pelo consumo ou pela distribuição do excedente de energia.

A própria agência, porém, já previa uma revisão desta medida em 2019.

No ano passado, houve uma grande discussão acerca do tema. De um lado, as distribuidoras de energia alegavam que os incentivos dados estavam gerando custos para elas e os demais consumidores.

Na outra ponta, o argumento era que o estímulo à energia limpa solar ainda se mostrava necessário porque o segmento não alcançou a maturidade desejada no país.

De fato, a energia solar, no todo, ainda é incipiente. Segundo dados da Aneel, ela representa apenas 1,2% da matriz elétrica brasileira. É a sétima fonte, longe dos 61% das hidrelétricas e atrás da sua maior competidora, a eólica, que fica com 8,7%.

A modalidade dessa geração saiu quase do zero em 2012, para mais de 660 megawatts atualmente.

Uma consulta pública sobre o tema estava aberta na agência reguladora até o dia 30 de dezembro de 2019.

As propostas levadas à Aneel deverão agora ser apresentadas e discutidas. A projeção do mercado é que o debate se arraste até o meio deste ano.

Na segunda, ele disse que a medida estimularia a geração de energia e seria uma saída para abastecer a demanda por energia no Brasil, caso haja crescimento da indústria este ano.

“Isso vai estimular a geração de energia porque o Paulo Guedes bem sabe e nos adverte se o Brasil crescer no corrente ano nós vamos ter que ou rezar para que chova mais ou buscar outras fontes de energia para suprir a demanda com o crescimento da indústria brasileira”, disse.

Fonte: folha.uol.com.br

Pedreiras: Rodrigo Bezerra é o novo Presidente da FUP

O prefeito de Pedreiras, Antônio França de Sousa, acabou de confirmar ao Blog, o nome do novo Presidente da FUP – Fundação Pedreirense de Cultura, será Rodrigo da Silva Bezerra (filho de Raimundo Aleixo Bezerra “Índio”, proprietário do Bar do Índio). Ele substituirá Francinete Santos Braga, que esteve à frente da pasta há três anos, quando foi eleita por votação envolvendo os artistas de Pedreiras, para assumir a pasta.

Sobre Rodrigo da Silva

Atualmente, Rodrigo da Silva Bezerra é agente de cultura do IFMA, produtor de eventos e técnico em eletromecânica.

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Rodrigo da Silva assume a FUP, faltando mais de um mês para a realização do carnaval, que será dia 25 de fevereiro. Perguntado sobre o local onde acontecerá a festa momesca, ele disse que ainda irá conversar com o Prefeito Antônio França, mas existe uma hipótese de ser no largo do bairro Goiabal, mas não é nada definido, vai depender da resposta do administrador.

Vamos aguardar a posse oficial do Presidente da FUP, para sabermos como será sua meta de trabalho à frente da cultura de Pedreiras.

Brasília: Bolsonaro diz que não irá interferir e que preço da gasolina vai se estabilizar

Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores na porta do Palácio da Alvorada – Pedro Ladeira – 26.dez.19/Folhapress

Mesmo com a elevação da tensão entre Estados Unidos e Irã, o presidente Jair Bolsonaro disse que não irá interferir no preço da gasolina e que a tendência é de que o valor do combustível se estabilize.

Na entrada do Palácio do Alvorada, onde cumprimentou um grupo de eleitores, ele afirmou que o Ministério de Minas e Energia irá promover nesta segunda-feira (6) reunião com entidades de petróleo e gás para monitorar a variação de preços.

“Cai tudo no meu colo e parece que sou responsável por tudo. Querem que eu tabele. Não tem como tabelar. Nossa política não é essa. Políticas semelhantes no passado não deram certo. A nossa economia tá dando certo”, disse.

O presidente reconheceu que o preço da gasolina nas bombas dos postos de gasolina está alto, mas ponderou que “não foi grande” o impacto do ataque americano sobre o valor do combustível.

Na sexta-feira (3), a cotação do petróleo negociado em Londres chegou a subir mais de 4% no início do pregão. Por volta das 15h, porém, recuou para cerca de 3,5%. Ao fim do dia, o petróleo encerrou com alta de 3,70%, cotado em US$ 68,70.

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“Eu reconheço que o preço está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá, o impacto não foi grande. Foi 5% e passou para 3,5%. Não sei quanto está hoje a diferença em relação ao dia do ataque. Mas a tendência é estabilizar”, afirmou.

O presidente ressaltou que o Brasil pretende colaborar com o combate ao terrorismo global e que irá deportar suspeitos de fazerem parte de organizações criminosas internacionais.

“Nós não aceitamos o terrorismo, não interessa o lugar do mundo que ele venha a acontecer”, disse. “Se tiver qualquer terrorismo no Brasil, a gente entrega. É por aí”, acrescentou.

Bolsonaro voltou a manifestar apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse não ter dúvidas de que ele será reeleito neste ano. Em uma crítica indireta ao Irã, afirmou que países com artefatos nucleares podem causar instabilidade.

O presidente duvidou ainda da patente militar do general Qassem Suleimani, morto na semana passada em um ataque que deu início ao conflito entre Estados Unidos e Irã. Sem dar maiores detalhes, Bolsonaro disse que ele não é general.

“Trump vai ser reeleito, alguém tem dúvida disso? O país está indo muito bem. O desemprego lá embaixo e a economia bombando, exercendo seu poder de persuasão no mundo. Graças a Deus tem os Estados Unidos”, disse. “Tem certos países, não vou falar qual, se tiver artefatos nucleares e meios para lançá-los, o mundo todo entra em instabilidade. Todos vão sofrer, sem exceção”, acrescentou.

O governo iraniano anunciou no final de semana que o país vai deixar de cumprir as exigências do acordo nuclear de 2015, colocando um ponto final no pacto. Na prática, isso significa que o país não limitará mais o grau de enriquecimento de urânio que pode utilizar e nem o número de centrífugas que tem direito.

Fonte: folha.uol.com.br

Brasília: Após críticas de apoiadores, Bolsonaro vai às redes para minimizar dano com criação do juiz de garantias

Jair Bolsonaro e Sergio Moro entraram em rota de colisão após presidente sancionar texto do Congresso que criou a figura do juiz de garantias, ato que surpreendeu até seus aliados Foto: Jorge William / Agência O Globo

Desde que sancionou a criação do juiz de garantias, na véspera de Natal, provocando a contrariedade do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de parte de seus apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro tenta se justificar por ter endossado o texto do Congresso. A dor de cabeça causada pela decisão pode ser medida pelo destaque que o presidente tem dado ao tema em entrevistas e transmissões nas redes sociais. Na tentativa de unificar o discurso de seus seguidores e retomar a confiança dos descontentes, Bolsonaro citou o tema espontaneamente nas três lives feitas pós-sanção e em quase todas as entrevistas à imprensa.

Em três lives feitas em sua conta no Facebook, Bolsonaro fez questão de citar o assunto para se defender, sendo a última delas veiculada anteontem.

Ao ignorar Moro, que fez reiteradas críticas à medida, o presidente passou a identificar uma divisão entre seus eleitores.

No dia seguinte à sanção, irritado, Bolsonaro foi às redes para criticar o que chamou de “batalhão de internautas constitucionalistas e juristas”. Ele recomendou aos críticos que parassem de segui-lo pela internet se tivessem a disposição apenas de atacar.

— Falam que eu traí, que não votam mais e ligam (o caso) a alguma coisa familiar. Saia fora da minha página. Se não sair, eu vou para o bloqueio — ameaçou.

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Há dois dias, no entanto, o presidente resolveu mudar de postura ao pedir paciência. O presidente afirmou que não é justo que o seu eleitor “jogue tudo para o alto” caso discorde de uma decisão de seu governo ao mesmo tempo em que concorda com outras “99”.

— Lógico que se eu errar, desça a lenha, não tem problema. Mas pense antes de me chamar de traidor — ponderou.

O juiz de garantias terá a prerrogativa de observar a legalidade de investigações e decretar medidas cautelares, como prisões preventivas. No sábado, Bolsonaro fez questão de ressaltar que o novo juiz “não é nenhum ataque à Lava-Jato”. Para justificar o ponto de vista, acrescentou ainda que a operação teve auxílio de outros juízes nas investigações. Segundo ele, Moro “não trabalhou sozinho”

— Desceram o cacete sem fundamento. Eu tive dificuldade para entender o juiz de garantias, com gente especialista de verdade do meu lado. Me parece que está pacificada a questão. Não houve nenhum ataque à Lava-Jato. É uma lei agora que vai demorar anos para ser colocada em prática — afirmou Bolsonaro.

O presidente ainda fez questão de repassar a responsabilidade da nova legislação ao Congresso. Bolsonaro disse que “ninguém” contestou ou aprofundou a discussão sobre o assunto, seja na Câmara ou Senado.

Surpresa no congresso

Não foi só a Moro que Bolsonaro desagradou. Logo após a sanção, senadores foram surpreendidos pela notícia de que o presidente manteve no pacote anticrime o juiz de garantias. O trecho ganhou até mesmo o apelido de emenda “anti-Moro”.

No Senado, a expectativa era que o trecho seria riscado do texto pela caneta de Bolsonaro. Por isso, sua decisão foi mal recebida, especialmente pelo grupo “Muda Senado”, bancada informal que reúne um quarto dos parlamentares da Casa.

Ao revelar publicamente sua contrariedade com a sanção do trecho do pacote anticrime, Moro passou a ser cogitado como principal nome à sucessão de Bolsonaro por parte dos apoiadores do presidente.

No sábado, o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tentou minimizar a situação ao elogiar comentário do ministro da Justiça sobre a queda dos índices de violência.

“Agora entendem o porquê muitos vivem querendo azedar a relação entre Bolsonaro e Moro? Bolsonaro + Moro = queda no número de crimes”, escreveu Eduardo nas redes sociais.

Outra fonte de insatisfação na base de Bolsonaro, visível em críticas nas redes sociais, é a reserva de dinheiro para o fundo eleitoral. Na live de anteontem, Bolsonaro repetiu que, se o valor fosse de R$ 3,8 bilhões, ele teria como vetar, pois feriria o interesse público. Mas, ao se colocar contra o valor de R$ 2 bilhões (incluído no Orçamento), corria o risco de enfrentar um processo de impeachment.

Onde Bolsonaro teve ruído com seus apoiadores

Juiz de garantias

O Congresso incluiu no pacote anticrime a medida que prevê dois juízes, um para conduzir o processo e outro para julgar. Moro criticou a decisão, que acabou sancionada.

Fundo Eleitoral

O governo propôs um valor de R$ 2 bilhões, mas os parlamentares queriam elevar para 3,8 bi. Recuaram. Agora, Bolsonaro é cobrado para vetar o fundo, mas já indicou que vai sancionar em R$ 2 bi.

Fonte: oglobo.globo.com

Maranhão: Desembargador Joaquim Figueiredo cria comissão de estudo para analisar Juiz de Garantias

O desembargador Joaquim Figueiredo preside a Comissão de Estudo que vai analisar o juiz de garantias. (Foto: Ribamar Pinheiro)

Por determinação do Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Maranhão, Desembargador Joaquim Figueiredo, foi crida, no âmbito do Poder Judiciário Estadual, uma Comissão de Estudo para analisar a criação do Juiz de Garantias, que será responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda das inviolabilidades pessoais.

O desembargador Joaquim Figueiredo – que preside a Comissão de Estudo – afirmou que, considerando o prazo de 30 dias estabelecido para que a lei que cria o Juiz de Garantias entre em vigor, o Poder Judiciário do Maranhão, manifesta sua preocupação com a aplicabilidade da medida em tempo tão exíguo.

Nesse sentido, o Presidente do Tribunal de Justiça explicou que já no dia 7 de janeiro de 2020, a Comissão de Estudo – criada pelo Poder Judiciário do Maranhão e que acolherá também sugestões de magistrados – deverá apresentar, além dos fatores logísticos, um diagnóstico completo sobre a viabilidade técnica, financeira e institucional sobre a criação do Juiz de Garantias no contexto do Estado do Maranhão.

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O projeto de lei que cria o Juiz de Garantias – aprovada pelo Congresso Nacional – foi sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Pela lei sancionada, a atuação do Juiz de Garantias entrará em vigor no dia 23 de janeiro, 30 dias após o ato de sanção da norma, exigindo formas de regulamentação da questão até meados de janeiro de 2020.

Fonte: tjma.jus.br

Brasília: Crise no Oriente Médio deve provocar aumento de combustíveis

Wana News Agêncy/Reuters/Direitos Reservados

O assassinato do general Qassem Soleimani, da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, na quinta-feira (2) em Bagdá (Iraque), após ataque aéreo dos Estados Unidos, aumentará a tensão em uma região marcada há décadas por instabilidade.

Em curto prazo, o novo episódio de conflito no Oriente Médio vai provocar aumento do preço do petróleo, como previu o presidente Jair Bolsonaro e volatilidade no mercado financeiro, mas esse quadro não deverá se estender, conforme especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

De acordo com o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Mattar Nasser, livre docente com tese sobre a geopolítica norte-americana no Oriente-Médio, o Irã não vai revidar. “Eles não vão entrar em guerra. Não fazem também porque a assimetria militar é muito grande. O Irã não tem condição de entrar em guerra nem com Israel, muto menos com os Estados Unidos”.

“Eles não agem de forma intempestiva como se constrói aqui no ocidente. Agem de forma muito prudente, muito pensada, em médio e longo prazo. É improvável que ajam em um ataque aéreo ou em bateria militar. Nunca fizeram e não é agora que vão fazer. O Irã vai ser ainda mais precavido e não vai haver contra-ataque”, assinala.

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Em sua opinião, a iniciativa dos EUA vai gerar coesão interna entre os grupos políticos do Irã, e vai aumentar a influência do país na região como ocorreu em outros momentos beligerantes na região. “Nos anos de guerra no Afeganistão e no Iraque, o Irã aumentou a influência política, militar e econômica na região. Ele cresceu à medida que seus vizinhos enfraqueceram, inclusive por causa das intervenções norte-americanas”, descreve Nasser.

O professor chama atenção que o general iraniano assassinado pelos americanos, era considerado “low-profile” e “não era terrorista”. Conforme o acadêmico, Qassem Soleimani defendia as estratégias do Irã de combater o Estado Islâmico e o Taleban.

Território protegido e estoques garantido

Reginaldo Nasser afirma que o aumento de tensão na região não afeta a segurança do território norte-americano, a única exceção na história dos EUA foi o atentado de 11 de setembro de 2001.

Se em termos militares os Estados Unidos mantêm segurança, por causa da distância do território e da superioridade bélica em relação a outros países, em termos econômicos o episódio contra o Irã também terá poucas consequências. Quem acrescenta essa avaliação é de Jorge Camargo, ex-presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e hoje vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

“Os Estados Unidos tornaram-se autossuficientes e exportadores de petróleo e gás. Em dez anos, os norte-americanos aumentaram a produção de petróleo em 10 milhões de barris [por dia], o que é equivalente a uma Arábia Saudita”, contabiliza Camargo. Segundo ele, essa capacidade de produção de petróleo, especialmente a partir do xisto, “serve como colchão.”

O mercado mundial de petróleo “está abastecido”, descreve Camargo, a ponto de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) recentemente ter decido retirar 2 milhões de barris de petróleo por dia de circulação e os preços do petróleo terem oscilado por pouco após o ataque de drones na principal refinaria da Arábia Saudita em setembro passado, “aquilo praticamente não mexeu no preço do petróleo.”

Conforme o especialista, o Brasil também “não corre risco de desabastecimento”. O país, no entanto, sofrerá impacto com o aumento já previsto do preço do combustível. Ele não sabe quando ocorrerão os ajustes nas refinarias e, consequentemente, nas bombas de diesel e de gasolina.

Clima positivo de mercado

Jorge Camargo não recomenda que haja subsídio e que eventuais aumentos do preço de petróleo deixem de ser repassados. “O país está em transição para mercado mais aberto de petróleo. A Petrobras está desinvestindo em refinaria para acabar com o monopólio do refino. É fundamental para quem quer investir tenha convicção de que não vai haver intervenção”, recomenda.

De acordo com o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, “os mercados ainda estão avaliando pontais desdobramentos [da nova crise no Oriente Médio}. Há muita incerteza sobre isso.” O seu palpite é que “pode se pensar em uma certa acomodação, mesmo que em um grau de nervosismo mais alto ou com agravamento dessas tensões.”

“Nos próximos dias, o mercado vai conseguir precificar melhor o grau de risco desse fato novo. Por ora, está estacando o otimismo recente, gerando correção no preço dos ativos”. O economista pondera que antes do ataque, “havia um clima positivo de mercado, somando fatores externos [por causa da trégua comercial entre os EUA e China} e perspectivas melhores para economia brasileira.”

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Teerã: Milhares de pessoas recebem no Irã corpo de general assassinado pelos EUA

Multidão participa de cortejo fúnebre para Qassem Soleimani, general assassinado pelos EUA Foto: WANA NEWS AGENCY / VIA REUTERS

O corpo do general iraniano Qassem Soleimani, assassinado por um míssil lançado pelos Estados Unidos na sexta-feira (horário local) quando deixava o aeroporto internacional de Bagdá, chegou ao Irã na madrugada deste domingo, onde foi recebido por milhares de pessoas. Horas antes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou a República Islâmica, afirmando ter 52 alvos iranianos em sua mira, e disse que não hesitará em atacá-los caso o país persa atinja pessoas ou propriedades americanas.

O caixão de Soleimani foi recebido na cidade de Ahvaz, no sudoeste do país, por dezenas de milhares de pessoas vestidas de preto e gritos de “morte aos EUA”. Com uma grande minoria árabe, o município é capital do Khuzistão, província mártir da guerra Irã-Iraque (1980-1988), marco da carreira do general. O cortejo fúnebre atravessou as ruas em baixa velocidade, levando também o corpo de Abu Mahdi al-Muhandis, vice-comandante das Forças de Mobilização Popular (FMP), morto na mesma operação americana.

As FMP são uma coalizão de milícias xiitas iraquianas pró-Irã formadas em 2014 para combater o Estado Islâmico no Iraque e que depois foram incorporadas às forças de segurança do país. Diversas bandeiras do grupo foram vistas no sábado nas ruas de Bagdá, onde dezenas de milhares de pessoas participaram do cortejo para Soleimani. A mobilização, que contou com a presença do primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, e de vários chefes de grupamentos políticos xiitas, seguiu o corpo do general pelas cidades de Karbala e Najaf  — locais de peregrinação dos muçulmanos xiitas.

Gritos de “morte à América” foram ouvidos não só nas ruas da capital iraquiana, mas também em uma sessão parlamentar extraordinária realizada pelo Parlamento neste domingo, onde será discutida a saída dos cerca de 5 mil soldados americanos que permanecem no país. O Legislativo precisará aprovar uma moção que obriga o governo a pedir que os EUA retirem seus soldados.

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De Ahvaz, o corpo de Soleimani será levado ainda neste domingo para a cidade e Machhad, no noroeste do país, e para Teerã, onde será recebido em um serviço fúnebre comandando pelo aiatolá Ali Khamenei. Na segunda-feira, o cortejo seguirá para Qom, no centro do país, antes de prosseguir para a cidade natal do general, Kerman, onde o enterro está previsto para terça-feira.

52 alvos

O desembarque do corpo de Soleimani no Irã aconteceu apenas horas após o presidente Donald Trump tuitar que os EUA têm 52 alvos iranianos na mira, “alguns deles de alto nível” e “de grande importância para o Irã e para a cultura iraniana”. O presidente dos EUA disse que não hesitará em atacá-los caso os iranianos atinjam pessoas ou propriedades americanas. Pela lei internacional, destruir deliberadamente centros e locais culturais de um país é considerado crime de guerra.

Trump fez referência à crise dos reféns americanos no Irã, episódio crucial na história das relações entre os países, quando 52 americanos foram mantidos reféns por 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981), após um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomarem a embaixada americana em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana que havia acabado de ocorrer.

As ameaças do líder americano foram rapidamente criticadas por altas figuras do governo. Segundo o chanceler Mohammad Javad Zarif, “mirar alvos culturais é um crime de guerra” e “o fim da presença maligna dos EUA no Oriente Médio começou”. Como os dois países não têm relações diplomáticas, o Irã convocou o embaixador suíço que representa os interesses americanos em Teerã para protestar contra “os comentários hostis” de Trump. O ministro de Informação e telecomunicações Mohammad Javad Azari-Jahromi, por sua vez, chamou o presidente americano de “terrorista de terno”.

“Como o Estado Islâmico, como Hitler e Genghis [Khan]! Eles odeiam todas as culturas. Trump é um terrorista de terno. Ele vai aprender muito em breve que ninguém pode derrotar a “grande nação e cultura iraniana”, tuitou o ministro.

Em paralelo, cidadãos iranianos começaram um movimento em suas redes sociais, onde identificam os pontos culturais iranianos mais simbólicos em seus pontos de vista. Hoje, há 24 lugares no país considerados patrimônios da humanidade pela UNESCO.

Reações diplomáticas

Na noite de sábado, um grupo que afirma ser composto por hackers iranianos invadiu o site do Programa Federal de Arquivos Bibliotecários, uma agência pouco conhecida do governo americano. A mensagem mostrada no portal prometia retaliação pela morte de Suleimani, afirmando que “o martírio foi sua recompensa por anos de esforços implacáveis”. Em meio a uma imagem de Trump sendo socado por uma mão que sai do Irã e mísseis, o recado promete uma “grande revanche”. Sua autoria, no entanto, não foi confirmada.

Na manhã desde domingo, o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que o assassinato de Soleimani marca uma “nova fase” “não só para o Irã e o Iraque, mas para todo o Oriente Médio”. A declaração de Nasrallah, aliado do regime iraniano, foi realizada em uma manifestação em homenagem ao general iraniano em Beirute.

Em paralelo, esforços internacionais para aliviar as tensões continuam. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, insistiu, em conversa telefônica com o chanceler iraniano, Mohammad Zarif, na “necessidade de redução” da tensão na região. No telefonema, Borrell destacou “a necessidade de moderação e de evitar qualquer escalada”, segundo um comunicado emitido neste domingo por Bruxelas.

Na sexta-feira, Zarif já havia conversado com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para discutir o assassinato. Segundo um comunicado do governo russo, “Lavrov expressou suas condolências pelo assassinato”. “Os ministros enfatizaram que tais ações dos Estados Unidos violam grosseiramente as normas do direito internacional”, diz a nota.

Fonte: oglobo.globo.com