
Após uma sessão tumultuada, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito presidente do Senado neste sábado. Ele obteve 42 votos. Para sair vencedor já no primeiro turno era preciso conseguir o apoio de no mínimo 41 dos 81 senadores.
O principal adversário de Alcolumbre na disputa era o senador Renan Calheiros, que tentava chegar à presidência do Senado pela quinta vez. Mas Renan atacou Alcolumbre, criticou o processo de votação e anunciou a retirada de sua candidatura, deixando o caminho livre para o adversário.
Além de Alcolumbre, também foram candidatos Esperidião Amin (PP-SC), com 13 votos, Angelo Coronel (PSD-BA), com 8, Reguffe (sem partido-DF), com 6 , e Fernando Collor (PROS-AL), com 3. Renan ainda recebeu 5 votos. Quatro senadores, incluindo Renan, não votaram. Foram necessárias duas votações neste sábado para escolher o novo presidente. A primeira foi anulada porque havia 82 votos, quando há apenas 81 senadores.
Renan era o favorito, mas viu sua candidatura ser ameaçada pelas articulações em torno do nome de Alcolumbre, apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desafeto do senador alagoano. Logo após a vitória, Onyx comemorou em uma rede social.
Outros três postulantes ao cargo que se opunham a Renan — Simone Tebet (MDB-MS), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Major Olímpio (PSL-SP) — já tinham desistido de concorrer, favorecendo Alcolumbre. O objetivo foi reduzir o número de candidaturas de oposição a Renan para concentrar os votos contrários num nome que fosse capaz de derrotá-lo.
O processo de escolha do novo presidente do Senado começou na sexta-feira. Com Davi Alcolumbre (DEM-AP) à frente da sessão, o plenário decidiu, por 50 votos a dois, que, embora o regimento interno determine o voto secreto para a eleição do presidente do Senado, a eleição seria aberta.
A decisão foi questionada por Renan e aliados. Eles argumentaram que Alcolumbre, também candidato, não poderia conduzir o processo eleitoral. Sem acordo, a sessão foi suspensa e remarcada para às 11h deste sábado.
O MDB e o Solidariedade recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a votação aberta. Na madrugada, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli suspendeu a sessão e determinou a votação aberta. Neste sábado, vários senadores criticaram Toffoli, mas a decisão foi respeitada e o pleito foi secreto. Vários deles, porém, revelaram seu voto.
Neste sábado, durante a segunda votação, ao retirar sua candidatura, Renan disse que o processo em curso no Senado é antidemocrático. Ele também mencionou o voto do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que, na segunda votação, anunciou apoio a Alcolumbre. Na primeira, ele tinha ficado em silêncio.
— Flávio Boslonaro, diferentemente da votação anterior, abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Este processo não é democrático — disse Renan, sendo vaiado.
— Flávio Boslonaro, diferentemente da votação anterior, abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Este processo não é democrático — disse Renan, sendo vaiado.
Fonte: oglobo.globo.com