O deputado federal Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), confirmou que o governo federal manteve o déficit zero como meta fiscal. O pronunciamento ocorreu nesta quinta-feira (16/11), após reunião no Palácio do Planalto.
“O governo manteve a posição dele de meta fiscal zero, tirou qualquer possibilidade de emenda ao relatório, qualquer mensagem modificativa em relação ao que está sendo decidido e a preservação do arcabouço fiscal”, afirmou a jornalistas.
“Então, a possibilidade de revisão poderá advir de alguma mudança no futuro, mas no presente o governo manteve a meta fiscal zero”, completou.
Nesta manhã, o relator se encontrou com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).
O prazo para os parlamentares enviarem sugestões de emenda à LDO termina nesta sexta-feira (17/11). O texto preliminar para 2024 foi aprovado no começo do mês, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).
O deputado citou a preocupação de Haddad com a votação de medidas importantes para a área econômica, como a taxação de fundos exclusivos de “super-ricos”, offshores e apostas esportivas, além da subvenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Em cima disso [da aprovação das medidas] que se concluiu que poderia se trabalhar com meta fiscal zero, diante de toda essa equação que foi apresentada pelo ministro. Torço eu para que se realize, porque dá conforto para o país”, explicou.
Após declaração de Lula sobre déficit zero
Havia expectativa sobre o governo federal pedir a aliados o ajuste do déficit zero para o próximo ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha dito não ser realista bater a meta, enquanto o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, desejava manter a proposta.
Para chegar ao déficit zero, o governo precisa aumentar a arrecadação de receitas para balancear as despesas. Para isso, são relevantes os projetos de lei das taxações dos super-ricos e das apostas esportivas de quota fixa, as chamadas bets.
A última versão da LDO deverá ser fechada até a próxima segunda ou terça-feira (20 ou 21/11).
A Lei de Diretrizes Orçamentárias define as linhas gerais da Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve conter as metas e prioridades orçamentárias do governo federal para o próximo ano, bem como as despesas previstas.
A digital influencer maranhense Roani da Silva Sampaio foi condenada a 23 anos de prisão por roubo e extorsão (Foto: Redes Sociais)
A digital influencer maranhense Roani da Silva Sampaio foi condenada a mais de 23 anos de prisão por roubo e extorsão, em Teresina no Piauí. O crime ocorreu na casa do empresário Abel Paes Landim em Teresina, no dia 12 de fevereiro de 2021. A sentença foi proferida no último domingo (29) pelo juiz João Antônio Bittencourt Braga Neto, da 3ª Vara Criminal de Teresina.
A influencer também foi obrigada a pagar uma quantia de R$ 10 mil ao empresário por danos morais. O magistrado ressaltou que as circunstâncias do crime exigiram a aplicação das qualificadoras previstas em lei, destacando a orquestração do crime por quatro pessoas, o uso de armas de fogo e a necessidade de uma punição severa.
Entenda o caso
No dia 12 de fevereiro de 2021, Roani da Silva Sampaio, de 20 anos, uma digital influencer e ex-candidata a vereadora em São Luís nas eleições de 2020 foi presa em Teresina, capital do Piauí, por suspeita em participação de em roubo na casa de um empresário.
De acordo com as informações, Roani marcou um encontro com a vítima pelo valor de R$ 300,00, o empresário José Abel Modesto Paes Landim, na residência dele. Após cerca de 50 minutos que ela estava na residência, o namorado dela (Francisco Moisés Sousa Batista Junior) e mais dois comparsas chegaram à residência.
A influencer teria passado as informações necessárias para a entrada do trio na casa, que roubaram objetos de valor, uma quantia de R$ 1.000,00 e também alguns dólares. Além do roubo, os bandidos agrediram o empresário, ameaçaram ele para obter senhas de contas bancárias e com uma arma de fogo apontada para a sua cabeça, praticaram roleta russa.
O sistema de segurança da casa foi acionado e alguns minutos após o início da ação, a polícia chegou ao local. Raoni e seu namorado foram presos em flagrante.
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles apontaram duas questões nas movimentações de Lula: a fragilidade estrutural para manter as mulheres na política e a luta por governabilidade, especialmente após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), marcado por desentendimentos entre Executivo e Legislativo.
“Não privilegiar as mulheres vem da própria política. Temos de reconhecer os grandes ganhos, e não é de um dia para o outro, ou com uma lei que obrigue cotas, que vamos garantir uma influência imediatamente mais forte das mulheres”, afirmou Débora Messenberg, professora do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB).
“Na questão de gênero, não é uma cultura que ainda esteja, mesmo para o PT, em perspectiva hegemônica. Temos claramente um avanço frente ao governo anterior, são ganhos importantes, mas a luta por maior diversidade e pluralidade ainda está longe de ser conquistada”, acrescentou Messenberg.
A professora também ressaltou a necessidade do envolvimento popular nas trocas de cargos: “É preciso cobrar a coerência e os compromissos em relação às promessas de campanha de que ampliaria a diversidade”.
Pressão popular
Para o cientista político André Pereira César, da Hold Assessoria, Lula criou muita “expectativa” sobre a inclusão feminina. “O caso da Ana Moser foi mais simbólico, porque ela era especialista na área, fazia um trabalho interessante e foi muito deselegante a forma como o governo Lula conduziu”, avaliou. Com a saída dela, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), recomendado por Lira.
Uma situação semelhante atingiu o ministro Juscelino Filho, da Comunicação, investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto desvio de emendas parlamentares. Juscelino, como apontou o cientista político, é “muito ligado” ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Se demitisse o ministro, Lula ia criar um caso. Ele acreditou que a história ia morrer e, realmente, não se fala mais tanto no Juscelino”.
Em contraponto, a pressão popular foi peça-chave na exoneração de pelo menos três pessoas do governo:
“Quem não negocia com o Centrão não governa. Tem de se negociar com o parlamento, que, infelizmente, cada vez mais vem sendo ocupado por pessoas muito conservadoras, que o veem como um espaço de negócios”, destacou.
A especialista apontou que gestões como a de Dilma, que tentaram enfrentar o Congresso, “acabaram não tendo sustentabilidade política”. “Se não atende aos aliados você pode sofrer um golpe, é história recente”, relembrou André Pereira César.
Segundo o cientista político, Lula tenta se “blindar para chegar ao fim do governo” e talvez pensar em uma reeleição. Na interpretação dele, o presidente tentará enfrentar uma pequena crise por vez, e “casos similares” aos das ministras demitidas continuarão ocorrendo, principalmente para garantir a boa relação com o Centrão.
A mudança de Dino para outro cargo poderá trazer problema ou solução para a gestão de Lula, caso o presidente decida promover ou não uma mulher à chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Quando vagou a cadeira de Rosa Weber, no STF, se falou em indicar uma mulher negra, e nomes foram apresentados, mas Lula falou em ser pragmático, ainda mais depois de indicar o (ministro) Cristiano Zanin. Foi personalista e caiu mal”, apontou o cientista político André Pereira César.
O sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Lima Campos, esteve presente na Marcha das Margaridas, 2023, em Brasília, que aconteceu nos dias 15 e 16 deste mês.
A comitiva foi representada por 19 (dezenove) mulheres, que, assim como os demais sindicatos, levaram suas reivindicações em prol das trabalhadoras rurais de todo o Brasil.
Marcha das Margaridas e uma ampla ação estrategica das mulheres do campo e da floresta, promovida pela Contag, Federaçoes e Sindicatos que se consolidou na agenda do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – MSTTR e de diferentes organizações parceiras movimentos e organizaçoes feministas e de mulheres trabalhadoras e centrais Sindicais e organizações internacionais que articulam e mobilizam mulheres em torno de diferentes questões que nos permeiam. (fonte: marchadasmargaridas.org.br)
As trabalhadoras paraticiparam de oficinas e também da caminhada na esplanada dos Ministérios, se juntando a milhares de mulheres que lutam pelos direitos da mulher do campo, que enfentam dificuldade no dia a dia.
Marcha das Margaridas é promovida pela Contag, Federaçoes e Sindicatos que se consolidou na agenda do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – MSTTR e de diferentes organizações parceiras movimentos e organizaçoes feministas e de mulheres trabalhadoras e centrais Sindicais e organizações internacionais que articulam e mobilizam mulheres em torno de diferentes questões que nos permeiam.
Realizada sempre em agosto para re-vivificar o mês em que Margarida Alves foi assassinada, a Marcha das Margaridas coloca milhares de mulheres do campo, da floresta e das águas vindas de todo o Brasil em marcha nas avenidas de Brasilia, no Distrito Federal.
Reprodução
As representantes limacampenses ficaram satisfeitas com os decretos que foram assinados pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, que participou do encerramento do movimento, ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.
1. Decreto Quintais Produtivos para mulheres rurais (90 mil quintais produtivos)
2. Decreto Seleção de Famílias para Reforma Agrária (Pontuação diferencia para famílias chefiadas por mulheres)
3. Decreto institui Comissão Nacional de Enfrentamentamento à Violência no Campo
4..Decreto institui GT Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural
5. Decreto institui Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver da Mulher Rural (Novo PNDTR)
6. Decreto institui Pacto Nacional de Prevenção ao Feminicídio
7. Decreto retoma Política Nacional ao Trabalhador Rural Empregado
8. Decreto retoma Bolsa Verde
Enfrentamento à violência foi uma importante conquista este ano.
Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
do Campo e da Floresta;
Criação e funcionamento do Fórum Nacional de Elaboração de
Políticas para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo
e da Floresta;
Elaboração e inserção de diretrizes na Política Nacional de
Enfrentamento à Violência contra as mulheres voltadas para o
atendimento das mulheres rurais;
Entrega de 54 Unidades Móveis em áreas rurais, para o atendimento às
mulheres em situação de violência, incluindo unidades móveis pluviais
para a região amazônica;
Criação de Fóruns Estaduais de Enfrentamento a Violência contra
mulheres do campo, da floresta e das águas.
O lema da edição de 2023 foi Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver. A Marcha das Margaridas reuniu mais de 100 mil mulheres.
O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou, por volta das 15h desta terça-feira (15/8), que o sistema nacional de energia foi restabelecido após apagão que atingiu todas as unidades federativas, exceto Roraima, no início do dia. Segundo a pasta, após seis horas, algumas localidades pontuais ainda necessitavam de ajustes na parte da tarde em decorrência do blecaute.
“O Ministério de Minas e Energia (MME), em atualização à situação de atendimento elétrico brasileiro, informa que o sistema nacional de energia foi restabelecido, às 14h30, restando ajustes pontuais a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades”, diz a nota oficial.
A informação também foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Informo que a situação do reestabelecimento de energia em todas as regiões do Brasil está 100% normalizada, desde às 14h49”.
Municípios de 25 estados e do Distrito Federal relataram interrupções no fornecimento de energia por volta das 8h20 desta terça-feira (15). Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma “ocorrência” às 8h31 levou a uma “separação elétrica” no sistema interligado.
De acordo com o órgão, houve uma interrupção de 16mil megawatts na rede de operação Sistema Interligado Nacional (SIN), no Norte e Nordeste do Brasil. O problema afetou também a região Sudeste, devido à interligação das regiões.
Foram afetados, além do Distrito Federal, os seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Roraima é o único estado que não foi impactado pelo blecaute, porque não integra o Sistema Interligado Nacional-SIN. A energia do estado é fornecida por termelétricas locais operadas pela empresa Roraima Energia.
Subestação Xingu
Informações preliminares da ONS dão conta de que o apagão teria começado na Subestação Xingu, que fica na cidade de Anapu (PA), a menos de 20 km da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA).
A subestação recebe energia da usina de Belo Monte, faz o tratamento técnico da energia e distribui a eletricidade para o restante do Brasil. De lá, por exemplo, sai uma extensa linha de transmissão que leva energia para o Rio de Janeiro.
A ocorrência não necessariamente se trata de uma falta de energia, mas uma falha operacional que faz a subestação parar de funcionar.
A linha foi afetada pelo apagão que atingiu o país e registrou problemas entre 8h30 e 9h25. Nas redes sociais, paulistanos que utilizam o transporte relataram caos nas estações. Outros passageiros relataram ter levado uma hora dentro do transporte por causa da falta de energia.
Raimundo Francisco da Silva (foto em destaque), 52 anos, motorista responsável por causar a morte de três crianças, insistiu para levar os menores para casa de carro. De acordo com familiares, ele chegou a ser repreendido por testemunhas e pelas próprias crianças, mas insistiu que estava apto a conduzir o veículo afirmando que “dava conta”, pois era “motorista”. O condutor engatou a marcha errada e acabou entrando na água.
A tragédia ocorreu na tarde desse sábado (29/7), quando o carro em que estavam os irmãos Sarah Vitoria Barbosa, de 1 ano, Henrique Gabriel Barbosa Maciel, 3 anos, e Miguel Luís Barbosa Maciel, 4, caiu na Barragem da Lagoa do Japonês, na DF-295, próximo à divisa de Goiás com São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal.
Raimundo fugiu e foi preso logo depois. Segundo a PCDF, ele vai responder por homicídio qualificado. Os agravantes são: dirigir embriagado e fugir do local.
A família saiu de Marajó, em Cristalina (GO), Entorno do DF, e passou a tarde na lagoa. Perto do fim da tarde, o grupo decidiu ir embora. Além das crianças e de Raimundo, estavam no automóvel Silvania Antônia Barbosa, 24, e Maria Adna Antônia de Jesus, 57. Elas são, respectivamente, mãe e avó das vítimas.
“Mal parava em pé”
Uma testemunha que pescava no local disse ter ouvido um barulho do outro lado da margem e, quando se levantou para ver o que era, percebeu que um carro tinha caído na água. Ela conta que ligou para o Corpo de Bombeiros e que, ao chegar ao local, as duas mulheres e Raimundo haviam saído do veículo e tinha uma das crianças — um menino — no chão, aparentemente sem vida.
A testemunha disse ainda que “todos estavam embriagados” e que, inclusive, Raimundo “mal parava em pé”. Após ver o cenário trágico, ainda segundo a testemunha, o homem “saiu discretamente do local” enquanto ela tentava informar a localização ao Corpo de Bombeiros.
De acordo com Adna, a filha teria dito que esperaria para embarcar no veículo quando Raimundo estivesse longe da represa. No entanto, ele teria dito: “Você está pensando que eu estou bêbado? Eu não estou bêbado, não. Pode entrar todo mundo aqui”, relembra Maria Adna.
“Na hora em que a gente entrou no carro, em vez de ele colocar a marcha ré, colocou a primeira e jogou o carro para dentro da barragem. Meu netinho maior ainda gritou para ele parar, mas, em vez de ele tentar parar o carro, parecia que ele acelerava mais”, revela a avó.
Katia Wanessa Menezes, 43, uma das sobreviventes da chacina da Candelária – Eduardo Anizelli/Folhapress
No rosto de Katia Wanessa Menezes estão as marcas dos 12 anos que morou nas ruas do Rio de Janeiro, entre 1989 até 2001. Foi nesse período que viveu uma das noites mais difíceis de sua vida e que ficaria presa em sua memória para sempre: a chacina da Candelária, em 23 de julho de 1993.
Ela tinha 13 anos quando o grupo formado por policiais e ex-PMs abriu fogo contra as mais de 70 crianças e adolescente que moravam no local, no centro da capital fluminense. Aos 43 anos, ela ainda se arrepia ao lembrar do episódio.
Foi justamente por causa dessas memórias que Wanessa, como prefere ser chamada, decidiu se afastar de tudo que era ligado ao caso e, como ela mesmo define, se esconder. Só este ano que retomou o contato com a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, que acolheu os jovens depois do ataque. Também foi recentemente que a agora empregada doméstica contou aos filhos o que viveu.
“Não queria contato com nada nem ninguém. Não queria me lembrar daquilo, porque me lembrava das minhas duas vidas, da minha família em casa e da família que me abraçou na rua”, conta.
Wanessa fugiu aos 9 anos da casa em que morava com o pai, no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio. Sua mãe tinha morrido há pouco tempo devido a problemas nos rins, e seus dois irmãos, bem mais velhos que ela, já não moravam mais com eles.
Ela conta que um dia seu pai ficou bêbado e tentou abusar sexualmente dela. “Ele me pegou pelo braço e disse ‘você vai ter que ser minha mulher agora’. Eu consegui me soltar dele e fugi pela janela”, diz Wanessa, que afirma que nunca ter comentado sobre o assunto com seus irmãos para “não sujar a imagem do pai”.
Na rua, foi morar na região da Central do Brasil e, em seguida, se aproximou dos jovens da Candelária, ambos no centro do Rio. Ela então decidiu se juntar ao grupo. “Eles tinham uma regra que um era responsável pelo outro, e que os mais velhos protegiam os mais novos”.
Além de acolhida, Wanessa se identificava com a “nova família”. De acordo com ela, todos que chegavam à Candelária tinham a sua própria história, e muitos tinham fugido de abusos dentro de casa. A sobrevivente lembra de um menino, em particular, que ela apelidou de Pirroto.
“Ele tinha muitas marcas nas costas, e eu ficava intrigada. Um dia me contou que eram queimaduras de cigarro. E não era uma só, as costas deles eram toda tomada de marca de cigarro”, diz Wanessa, que completa: “Ele tinha chegado lá há pouco tempo, então quer dizer que ele já vinha sofrendo abuso em casa há bastante tempo”.
NOITE DO CRIME
Quando aconteceu a chacina, Wanessa conta que tinha acordado um pouco antes dos assassinos chegarem ao local. Sem sono, pensou em andar até o chafariz que fica em frente à Igreja, mas logo nos primeiros passos ouviu os tiros. Ela diz que pegou as duas meninas que estavam do seu lado, Simone e Gina, e as jogou para dentro de um bueiro. Depois, se escondeu debaixo de um carro.
“Só escutei os tiros e vi um [dos garotos] caindo no chão. Todo mundo gritava ‘corre, corre, corre’. Foi o barulho dos gritos que ficou gravado na minha mente. Eu fiquei bastante tempo escutando aqueles gritos. Eu dormia e só escutava ‘corre’ e aquela ‘choração’ no fundo. É horrível”.
Depois da chacina, Wanessa chegou a ficar em dois abrigos para crianças e adolescentes, mas, em pouco tempo, decidiu voltar a morar nas ruas.
A mulher de 43 anos conta que tinha contatos esporádicos com os irmãos e chegava a frequentar a casa deles. Porém, sempre que o pai aparecia, fugia novamente.
“A rua não é a mesma coisa que você vê de dia”, ela continua. “Você está parado e chega um carro para te agredir. Você passa e escuta ‘tá com fome? Vamos ali fazer um negocinho’. A rua é horrível, horrível”.
Para tapear a fome, Wanessa relata que usava cola de sapateiro. O efeito do produto dava a impressão de estar saciada. “Com a cola, você comia um pão e depois poderia ficar semanas sem comer. Só tinha que beber água, mas isso dava para fazer em qualquer lugar”, conta.
DESEJO DE FAMÍLIA
Wanessa diz que sempre sonhou em ter sua família desde o tempo em que morava na Candelária.
Três anos depois do massacre, teve seu primeiro filho. Ela continuava sem teto e estava morando em Marechal Hermes, bairro na zona norte do Rio.
O pai da criança também era morador de rua. Eles cuidaram juntos do filho até ele ter pouco mais de um ano. Depois, o bebê foi para a casa da família paterna, e ficou lá até os 15 anos, quando passou a morar com a mãe.
Wanessa saiu das ruas aos 21 anos, quando soube que seu pai tinha morrido. A sobrevivente da chacina voltou, então, para a mesma casa da qual tinha fugido, aos 9. É lá que mora até hoje.
Ela teve mais quatro filhos. Três, de 18, 17 e 10 anos, são frutos do mesmo casamento. Já a caçula, de 1 ano e 3 meses, é de um relacionamento mais recente, que já terminou. Hoje, Wanessa se diz orgulhosa de ser mãe solo.
Quatros filhos moram com ela, apenas o mais velho, de 27, saiu de casa. Wanessa conta que ele é usuário de crack e vive de bicos pela cidade. A mãe diz que sua luta hoje é para que ele não viva o mesmo que ela passou e consiga sair dessa.
“Hoje, se a rua não te mata, a droga mata”, diz Wanessa, que afirma só ter usado cola no período em que não tinha casa.
“Eu fiz sozinha minha família. Sempre falei que teria uma e consegui”, fala, longo completando: “Queria ter cinco filhos, porque se eu morresse um irmão ia ajudar o outro”.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante evento em comemoração à Revolução de 1932 neste sábado (9). — Foto: Fernando Nascimento / Governo do Estado de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste sábado (9) que “sempre será leal” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi dada após o desentendimento dos dois na semana passada sobre pontos da reforma tributária, que foi aprovada pela Câmara e mudará a cobrança de impostos no país.
“O presidente é um grande amigo. A gente pode divergir em algum ponto sobre a reforma, é normal, não é possível que a gente vá sempre concordar em tudo […] Está tudo bem. Sempre serei leal ao presidente e sempre serei grato ao presidente. Se eu estou aqui, eu devo a ele”, disse Tarcísio durante evento de comemoração à Revolução de 1932 em São Paulo.
Bolsonaro interrompeu Tarcísio durante uma reunião com a bancada do PL no Congresso sobre a reforma tributária, na quinta-feira (6), em Brasília.
Uma gravação de parte do encontro, divulgada nas redes sociais, mostra Tarcísio tentando argumentar a favor da reforma e Bolsonaro pressionando os parlamentares do partido a se manifestarem pelo adiamento da votação ou votarem contra a proposta (assista abaixo).
Após o episódio, os dois se encontraram para conversar na sexta-feira (7), conforme informou o blog da Andreia Sadi.
Reforma tributária
A reforma foi aprovada pela Câmara dos Deputados por 382 votos a 118 no primeiro turno, e 375 a 113 no segundo.
Embora tenha votado majoritariamente contra, PL deu 20 votos a favor no primeiro turno e 18 no segundo,evidenciando o fracasso do ex-presidente – que tenta pilotar da oposição ao governo Lula – em ter liderança dentro de sua própria legenda.
Tarcísio, por seu lado, recebeu elogios do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e agradecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Segundo o blog da Andreia Sadi apurou, Bolsonaro tentou encontrar com Tarcísio ainda na tarde de quinta, antes da votação, mas não conseguiu.
Na manhã de sexta, os dois falaram por telefone. Segundo interlocutores do governador, a ligação deixou evidente que Bolsonaro “sabe que errou” e “ficou constrangido”. Não chegou a pedir desculpas, mas pediu que os dois olhassem para frente e disse que o mal-estar “vai passar” .
Tarcísio deixou claro que o episódio não deixou rusgas, que continua agradecido ao ex-presidente – por quem diz ter um amor de família -, mas lembra que não é refém de Bolsonaro, e que não vai adotar uma postura radical.
Na manhã de sexta, os dois falaram por telefone. Segundo interlocutores do governador, a ligação deixou evidente que Bolsonaro “sabe que errou” e “ficou constrangido”. Não chegou a pedir desculpas, mas pediu que os dois olhassem para frente e disse que o mal-estar “vai passar” .
Tarcísio deixou claro que o episódio não deixou rusgas, que continua agradecido ao ex-presidente – por quem diz ter um amor de família -, mas lembra que não é refém de Bolsonaro, e que não vai adotar uma postura radical.
Tarcísio tem repetido a interlocutores que a eleição de 2026 ainda está distante e que não quer protagonismo nessa disputa – embora seja uma das apostas da direita.
O avião monomotor que sumiu do radar na altura da Serra do Mar, área de Mata Atlântica no Paraná, foi encontrado na tarde desta sexta-feira (7), próximo ao Pico Canavieiras, na região da Serra do Mar, no litoral do Paraná, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).
De acordo com o governador do Paraná, Ratinho Junior, as três pessoas que estavam no avião foram encontradas mortas.
O avião sumiu na segunda-feira (3). Ele decolou de Umuarama, no noroeste do estado, às 7h50 e deveria pousar perto de 10h30 em Paranaguá, mas não mandou mais sinal cerca de 10 minutos antes do horário previsto para o pouso.
Imagens de radar mostram que, durante as buscas no local, o avião da FAB altera o padrão e começa a voar em círculo na região da Pico Canavieiras.
Buscas
As buscas pela aeronave duraram cinco dias e foram concentradas em uma região serrana, de Mata Atlântica, entre os municípios de Guaratuba e Morretes, no litoral do estado.
Conforme os bombeiros, a aeronave desapareceu do radar às 10h14, próximo à Serra da Prata, em Guaratuba, no litoral do Paraná.
Segundo o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), as buscas foram feitas por meio de voos baixos, além de equipes por terra. Conforme a corporação, há dificuldade de deslocamento no local.
Tarcísio de Freitas foi ministro de Bolsonaro e se elegeu governador com o apoio do ex-presidente – Pedro Ladeira – 14.dez.21/Folhapress
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram um desentendimento público durante a reunião do PL para discutir a posição do partido sobre a reforma tributária.
Bolsonaro tem se manifestado contra a proposta, enquanto Tarcísio defendeu o texto após negociar mudanças com o ministro Fernando Haddad (Fazenda). O posicionamento do partido do ex-presidente pode ser decisivo para a aprovação da proposta defendida pelo governo Lula (PT), já que o PL é a maior bancada da Câmara (com 99 dos 513 deputados).
Para Tarcísio, a direita não pode perder a narrativa de ser favorável à reforma tributária. “Por que, se não, a reforma acaba sendo aprovada e quem aprovou?”, afirmou. O governador é interrompido por uma mulher da plateia que considera a proposta “ruim para o povo”.
O ex-mandatário também interrompeu o discurso de Tarcísio, quando seu ex-ministro defendia a participação da direita na reforma tributária.
“Gente. A grande questão é construir um bom texto”, disse Tarcísio. Bolsonaro pegou outro microfone sem aviso prévio e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada” —recebendo aplausos de seus correligionários.
Tarcísio ainda afirmou que não estava defendendo a votação da proposta no mesmo dia, recebendo aplausos mas também contestações. “Eu tô tentando explicar… eu tô tentando explicar”, disse o governador.
Outra mulher da plateia lembra do vídeo divulgado na véspera pelo Republicanos em que Tarcísio e seu partido defendem a proposta. “Acho arriscado a direita abrir mão da reforma tributária porque… Tudo bem, gente, se vocês não acham a reforma tributária importante não vota”, afirmou.
As declarações foram registradas por um participante do encontro em um vídeo, que se encerra após um pedido no microfone para que o encontro não fosse gravado.
Há algumas semanas, Tarcísio se posicionava contra a proposta de reforma tributária debatida na Câmara. Ele contestava o modelo de uma cobrança centralizada da arrecadação tributária pós-reforma (por meio do chamado Conselho Federativo, a ser formado por estados e municípios) —o que poderia, para ele, fazer o estado perder o controle sobre o recolhimento dos tributos para depois repassar a parte que cabe a outros entes.
Tarcísio vinha defendendo a criação de uma câmara de compensação entre os governos estaduais para administrar recursos recolhidos no novo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), a ser criado a partir da fusão de outros tributos.
Mas chefe do Executivo paulista acabou cedendo diante da falta de adesão de outros governadores a sua ideia e após acertos com o Ministério da Fazenda e o relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para mudar o texto de forma menos significativa. Ao lado de Haddad na quarta-feira (5), ele afirmou que não iria transformar a demanda em um “cavalo de batalha”.
Tarcísio admitiu aceitar a criação do órgão desde que haja uma mudança nas regras de composição do órgão. Na quarta à noite, Haddad anunciou uma nova proposta de formato do Conselho Federativo para dar uma solução definitiva ao impasse com Tarcísio —dando mais peso a São Paulo que anteriormente (o que era também uma demanda de outros governadores, como do Sul e do Sudeste).
Haddad disse que a proposta enviada ao relator prevê combinar dois critérios na votação dos estados: será preciso ter maioria em número de unidades da federação e também em termos de população para aprovar as deliberações. “Os dois critérios vão ter que ser atendidos”, disse. No caso dos municípios, valerá a lógica da maioria de habitantes. Ribeiro deve apresentar um novo texto considerando a proposta.