Festejo de São Pedro. A Mudança Murchou

Local onde era realizado o festejo de São Pedro
Hoje (29/06), é feriado em Pedreiras. O santo padroeiro dos pescadores ganhou esse direito de feriado desde a administração do saudoso ex-prefeito Pedro Barroso. A alegria sempre contagiou os participantes, que durante todo dia, antes da procissão fluvial, ficavam em frente a capela do padroeiro acompanhado uma banda de fanfarra intitulada “Regional os Iguais”, da cidade de Codó. Mas o que testemunhamos hoje, foi uma tristeza sem fim. Barraca vazia, capela fechada e apenas usuários de craque, que aproveitam o local ermo, para alimentar o vício.
Barraca sem nenhuma atração
Capela do padroeiro, fechada
Será que essa mudança fez bem aos moradores do bairro Matadouro? Essa resposta, ouvimos de uma das fundadoras do festejo, a senhora Raimunda Gama.
Raimunda Gama – Fundadora do festejo

Blog do Sandro Vagner – Como a senhora se sente em passar em frente a Barraca e não ver mais a bandinha tocando?

Raimunda Gama – Você sabe, que toda mudança ela murcha. Na verdade, o que faltou, se a gente continuar, por que é na avaliação que nós vamos saber, se a gente continuar, a bandinha não era pra estar silenciada, era pra está ali, na sua casa. Nós tivemos o café da manhã de confraternização na rua da Golada. A bandinha era pra tá animando. Eu achei muito interessante a mudança, mas a gente não regou tão bem, então tiveram algumas “coisinhas” que murcharam. Então, eu acredito o seguinte: que na proporção da caminhada, que não é só pelo fato de ter saído, que a gente deixava tão murcho, mas eu senti uma falta tremenda, quando eu cheguei e achei um silêncio e, fiquei muito triste, por que não acompanhei hoje a bandinha tocando. Então, eu espero que não deixemos isso murchar.

Canoas que participarão da procissão fluvial

Blog do Sandro Vagner – E o festejo de São Pedro, como surgiu?

Raimunda Gama – Olha! O festejo de São Pedro, de verdade, de verdade, nós temos uns 40 anos de festejo. Eu, Raimunda, tenho 53 anos de igreja, e logo que eu comecei, não tinha festejo. E após anos que eu trabalhava na igreja, eu, e um tio meu chamado Arlindo Rodrigues começamos ali, em frente a casa de Zeca Batista, era ali a Colônia. E ali, nós começamos timidamente, fazendo uma reza, mais com crianças por que os pescadores eram poucos, não tinha ainda organização de classe. Logo depois veio seu Alfredo Braúna, seu Bezerrinha, Carlos Martins (ex-prefeito de Pedreiras), que ajudaram na criação da organização de classe. Tínhamos até um bloco chamado “Surubim”, que foi fundado para eles puderem brincar. Era uma coisa muitos simples, nunca se imaginava que chegasse a uma festa do porte que é hoje, onde Pedreiras fecha o comércio para Pedro. É muito bonito quando se constrói uma história dessa que foi passando de geração em geração. Olhando a caminha você diz assim: “Olha que coisa linda, que organização!” Mas, às vezes, a gente esquece de quem começou os primeiros passos. Uma coisa que lembro muito bem, é que tinham mais crianças rezando do que adultos.
Andor do Santo
Cruz, sendo preparada
Na igreja de Santo Antônio de Pádua, todos trabalham para deixar o andor e outros adereços prontos. A procissão sairá da matriz em Trizidela do Vale, até o parque Maratá. Depois segue pelas águas do Rio Mearim, que proporciona um dos momentos mais marcante do festejo em honra a São Pedro.

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