O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), já foi notificado da decisão do ministro Teori Zavascki de afastar do mandato o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e assumiu, na manhã desta quinta-feira (5), o comando interino da Câmara dos Deputados.
Também investigado na Lava Jato, Maranhão subiu à Mesa do plenário e, como primeiro ato, encerrou a sessão da manhã desta quinta sem maiores explicações. Logo depois ele seguiu para o gabinete da presidência da Câmara, até esta quarta ocupado por Cunha.
“Ele [Maranhão] já está com as prerrogativas de presidente, a Casa não pode ficar sem comando”, confirmou o primeiro-secretário, o deputado Beto Mansur (PRB-SP).
O abrupto encerramento da sessão gerou revolta nos deputados adversários de Cunha. Em protesto, eles continuaram a realizar uma sessão informal, mesmo com os microfones e o sistema de som desligado, com discursos em voz alta contra Cunha e “presidida” pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP).
Alguns portavam uma placa “tchau, querido”, em alusão ao bordão “tchau, querida” que adversários de Dilma Rousseff usaram durante a votação do impeachment.
Em meio ao atordoamento geral, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), questionou Mansur no plenário: “Vai ficar essa zona aí?”. Mansur disse que não tinha o que fazer. “Como vou tirar a Erundina da cadeira de presidente, uma deputada que tem a idade…”, disse, sem completar a resposta. Erundina tem 81 anos
De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa, o afastamento de Cunha não resulta em novas eleições porque não há vacância do cargo. Há um afastamento, que pode ou não ser provisório. Novas eleições só acontecerão se Cunha renunciar à função. Isso levaria à realização de uma eleição para a presidência da Câmara em até cinco sessões.
Aliados se reuniram com o peemedebista, em sua residência, pela manhã. Entre eles, Mansur. “Ele está muito desapontado”, disse o deputado.
(Fonte: folhadesaopaulo.com.br)