Os policiais que mataram por engano a estudante Karina Brito Ferreira Costa, 23 anos, e feriram a irmã dela, Kamila Brito Ferreira, 27, no município de Balsas, a 810 km de São Luís, durante uma operação da Polícia Militar para prender assaltantes de banco, serão indiciados pelos crimes de homicídio doloso e tentativa de homicídio. O crime ocorreu no dia 14 de dezembro do ano passado na cidade de Balsas.
Segundo o delegado da Superintendência Estadual d Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), Guilherme Sousa Filho, que está presidindo o inquérito do assassinato da estudante, a investigação já está em sua segunda fase e nela serão realizadas perícias nas armas que foram utilizadas pelos os policiais na ocasião do crime com o intuito de descobrir de onde partiram os tiros que mataram a Kamila Brito.
“O inquérito policial volumoso já está na sua segunda fase porque durante 30 dias a gente tem que encaminhar o inquérito para a Justiça pedindo dilação de prazo e isso aconteceu porque ainda falta ser realizado várias diligências, principalmente perícias nas armas que os policiais militares e civis usavam no momento da diligência. Essa perícia que a gente chama de “perícia de comparação balística” ela se faz necessária para a gente saber de quais armas saíram os tiros que ceifaram a vida da Karina e também lesionaram a irmã dela que estava conduzindo o Pálio, Kamila Brito Ferreira”, revelou o delegado.
Ainda conforme o delegado, todos os militares que estiveram presentes na operação na ocasião já foram identificados e os tiros disparados de suas respectivas armas também já foram reconhecidos.
“O que eu posso adiantar para a sociedade maranhense é que nós já conseguimos individualizar a conduta de cada policial. Todos os policiais envolvidos na operação nós já individualizamos a conduta de cada um. Quem atirou e quem não atirou. Para individualizar essa conduta nós analisamos as câmeras de videomonitoramento de todo o percurso. Nós identificamos os componentes dessa viatura, tipo de armamento e aí descobrimos quem atirou e quem não atirou”, disse o delegado da SHPP.
O delegado Guilherme Sousa Filho afirmou que o processo será finalizado após o resultado dos laudos de comparação balística das cápsulas arrecadadas no local do crime com as armas utilizadas por todos os policiais envolvidos para fechar o inquérito sobre o caso da estudante Kamila Brito Ferreira.
“Nós estamos esperando os laudos da perícia de comparação balística das cápsulas arrecadadas no local do crime com as armas utilizadas por todos os policiais envolvidos. Vamos juntar esse laudo no inquérito, vamos juntar também o laudo das câmeras de videomonitoramento. Esses vídeos mostram o Pálio na frente, atrás a viatura Triton do Cosar, atrás da viatura Triton do Cosar o Duster branco da Delegacia Regional. Atrás do Duster branco a viatura branca do GOE da Polícia Militar de Balsas e atrás da viatura do GOE a viatura Pajero do Cosar. Nós estamos aguardando esses laudos e vamos juntar e, em seguida vamos fazer a reprodução simulada dos fatos lá em Balsas no mesmo horário e preferência no dia com as mesmas condições meteorológicas e aí para fechar o inquérito para sanar qualquer dúvida e aí no final no relatório nós vamos indiciar aqueles que realmente contribuíram para infelizmente esse desfecho trágico que foi a morte dessa jovem”, finalizou o delegado.
Entenda o caso
Karina Brito Ferreira foi morta durante uma operação da Polícia Militar em Balsas para prender a quadrilha que tentou assaltar a agência do Banco do Brasil no município de Fortaleza dos Nogueiras. Na ocasião, Karina e a sua irmã, Kamila Brito Ferreira, foram confundidas com assaltantes.
Fonte: g1.com