Uma multidão cercou, no início da tarde desta terça-feira, a delegacia da cidade de Urbano Santos (262 quilômetros de São Luís) para tentar linchar cinco pessoas que foram prestar depoimento sobre o assassinato brutal de uma criança de 6 anos, que foi encontrada morta em um matagal, no bairro Queimadas, com indícios de abuso sexual. Segundo a polícia, o crime teria acontecido no sábado (21) e estas pessoas que foram prestar depoimentos são apenas testemunhas. Ainda segundo a polícia, um suspeito já está sendo procurado.
Segundo o superintendente de polícia do interior, o delegado Dircival Gonçalves, as pessoas levadas à delegacia são apenas testemunhas e o tumulto apenas atrapalhou as investigações. O delegado informou também que transferiu as investigações para a delegacia da cidade de Chapadinha. As cinco pessoas seriam interrogadas ainda nesta terça-feira, mas, diante da fúria popular, tiveram que sair às pressas da delegacia.
“Eles não são suspeitos, são apenas testemunhas. São vizinhos e pessoas próximas da família. Esse tumulto só prejudicou. Agora esse crime será investigado por policiais de Chapadinha”, explicou. Segundo informações de testemunhas, um portão da delegacia chegou a ser arrancado e os policiais tiveram dificuldade de fazer a transferência dos depoentes.
Dircival Gonçalves afirmou também que a polícia já tem um suspeito e espera prendê-lo o mais rápido possível. “Já pedimos a prisão preventiva deste suspeito. Levamos a investigação para outra cidade para não sermos atrapalhados novamente. Isso que aconteceu hoje foi um absurdo. Tem gente até com interesse político aqui”, asseverou o delegado.
O crime
O assassinato de Maísa Moreno da Silva, de 6 anos, teria acontecido no sábado (21) após ela deixar sua casa para brincar nas proximidades da residência. Ela foi encontrada morta, bastante machucadas, e com sinais de abuso sexual em um matagal no bairro Queimadas. O Corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para exames.
Diante da grande repercussão e a revolta da população, o juiz da comarca de Chapadinha, Cristiano Simas de Sousa, usou as redes sociais para afirmar que pessoas que espalhassem um vídeo do corpo da criança em redes sociais poderiam ser punidas pela Justiça.
Fonte: imirante.com.br