
A comunidade quilombola de Santo Antônio dos Sardinhas, município de Lima Campos, iniciou ontem (3) a festividade em honra ao padroeiro, com o levantamento do mastro. Uma tradição que passa de pai pra filho, e dentro dos seus 128 anos, a festa é como se fosse a primeira vez, sempre. Os homens invadem mata à dentro, escolhem uma árvore; daí, começa todo o ritual, até a madeira ser transformada em mastro.
Alegria
Durante o percurso de quase cinco quilômetros, os homens se encarregam de levar o mastro. Um grupo de mulheres com seus galhos de murtas, completa a tradição. Até chegar ao local onde o mastro será fincado, em frente a Igreja de Santo Antônio, eles cantam, dançam, tomam seu aperitivo e transmitem uma sensação de amor por uma tradição que não deve parar nunca. Muitos convidados, e turistas também participam da festividade.
Tradição
Segundo os moradores mais antigos, por ser uma comunidade que já foi habitada por escravos, muitos dos costumes continuam fazendo parte das comemorações. Uma das imagens de Santo Antônio, foi trazida de Portugal, há mais de cem anos, nesse período ganha seu destaque no altar. Um dos mais momentos mais marcantes da festa, é quando o mastro chega à frente da igreja, homens e mulheres dividem forças, e começa um vai e vem, na tentativa de não deixar o mastro entrar na igreja. Enquanto isso, algumas participantes com seus galhos de murtas, começam a castigar os “Guerreiros”, homens que carregam o mastro.
É tudo simples, mas marcante. Por que esse povo sabe verdadeiramente honrar uma tradição centenária, que não pode parar, nunca.
