
(foto: Roberto Parizotti)
A paralisação dos caminhoneiros entra, nesta segunda-feira (28/5), no oitavo dia. A categoria ainda mantém bloqueios em todo o País, o que causa o desabastecimento de produtos e combustível nas cidades. Polícias estaduais, Polícia Federal e tropas do Exército negociam a saída dos manifestantes das estradas e fazem escoltas para liberar a saída de caminhões-tanque de refinarias.
“A avaliação é que no dia de hoje essas manifestações cessem e os caminhoneiros voltem a trabalhar. Ainda existem alguns pontos de bloqueio, mas a greve reivindicatória foi resolvida”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, à rádio CBN.
“Nós temos as mais absolutas convicções de que as reivindicações foram atendidas. A partir de agora, é um movimento de radicalização anárquica que nós entendemos que não vai prosperar”, afirmou.
Esta manhã, bloqueios foram relatados em vinte estados do país; oito aeroportos estavam sem combustível e os supermercados praticamente sem alimentos frescos; algumas universidades suspenderam as aulas. A Universidade de Brasília (UnB) manteve. Ao mesmo tempo, caminhões-tanque com gasolina ou gás começaram a circular gradualmente em cidades como Brasília.
Em um movimento sem líderes claros, os dirigentes de transportadoras afirmaram no domingo que estavam dispostos a suspender os bloqueios, que pretendiam obter a redução do preço do diesel, após o presidente Michel Temer anunciar medidas para atender suas demandas.
As medidas foram publicadas no final do domingo em uma edição extra do Diário Oficial da União, conforme exigido pelos caminhoneiros, como garantia de que as promessas seriam cumpridas. Temer ordenou na sexta-feira a mobilização das Forças Armadas para frear a greve, mas a medida controversa não teve efeito.
O retorno à normalidade é tão esperado quanto incerto no país: especialistas acreditam que a regularização da oferta pode levar até dois meses. Paralelamente a esta situação, os sindicatos petroleiros anunciaram uma greve de “advertência” de 72 horas a partir de quarta-feira.
As medidas em resposta às reivindicações dos caminhoneiros:
1) A redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel. Isso corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide, somados. Segundo Temer, o governo irá cortar do orçamento, sem prejuízo para a Petrobras;
2) A garantia de congelamento do preço do diesel por 60 dias. Depois disso, o reajuste será mensal, de 30 em 30 dias;
3) Será editada uma Medida Provisória para a isenção de eixo suspenso em praças de pedágios, tanto em rodovias federais, como nacionais;
4) O estabelecimento de uma tabela mínima de frete, conforme previsto no PL 121, em análise no Congresso;
5) A garantia de que não haverá reoneração de folha de pagamento no setor de transporte de carga;
6) A reserva de 30% do transporte da carga da Conab para motoristas autônomos.
Mais cedo, o Comando Militar do Sul (CMS) do Exército Brasileiro havia afirmado, em um vídeo divulgado em sua página oficial na internet, que espera resolver o “problema” causado com a greve de caminhoneiros na região pela negociação, e não pelo emprego da força. O CMS pede que os caminhoneiros colaborem e afirma que é “necessário que se entenda” que é por meio do diálogo que se chegará a uma solução que beneficie a todos.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, demonstrou preocupação com a paralisação de caminhoneiros. Segundo ele, com o movimento, que completa sete dias, “a economia brasileira está sendo asfixiada”. “Todos estamos na iminência de um grave conflito social”, relatou em comunicado.
O governo vê participação de patrões, empresários do transporte e distribuição na greve. Já foram abertos 37 inquéritos, em 25 Estados, para investigar a prática de locaute. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 400 multas já foram aplicadas, que juntas somam pouco mais de R$ 2 milhões.
Fonte: correiobraziliense.com.br