Pedreiras: Ei você aí, me dá um dinheiro aí!

 

A corda sempre quebra do lado do mais fraco“, esse provérbio português se encaixa perfeitamente no assunto que vou divergir, claro, me referindo à polêmica da não realização do XIII Festival de Músicas Carnavalescas, ou Festival de Marchinhas, assim foi denominado há vários anos, o título pouco importa nesse momento, que teve início na gestão do então prefeito de Pedreiras, Dr. Lenoílson Passos da Silva, em 2006, onde tive a grata satisfação em participar durante três anos consecutivos, sendo, inclusive, campeão em 2007, com a marchinha “Pirulito do João”. Essa festividade cultural despertou não só em mim, mas em vários pedreirenses a vontade de mostrar seu outro lado como compositor ou como intérprete, onde vimos grandes valores se destacarem, e, hoje, alguns são reconhecidos pelo trabalho brilhante apresentado a cada evento. Posso citar, sem medo de controvérsias, alguns nomes dos nossos artistas, que dali, daquele palco do Festival de Marchinhas, ganharam o mundo da música, e diga-se de passagem, cada um com seu público ou gosto musical, sempre agrada; Zequinha Ribeiro, já era conhecido, mas sua fama aumentou, e Rony Alberto, que chegou a defender uma de minhas composições, hoje, é um dos grandes nomes da nossa música pedreirense, e, assim, foram inúmeros os artistas que pisaram naquele palco, que, hoje, pelo menos nesse momento, é nostálgico.

Sobre a não realização do XIII Festival de Músicas Carnavalescas, este ano, que foi esclarecido pelo governo Honra e Trabalho, através de uma nota em uma das redes sociais da Assessoria de Comunicação (Blog), em alguns trechos vimos os motivos que levou a atual gestão abortar o festival: 

No comunicado existe a alegação sobre a queda de recurso, onde cita, que é preciso a contensão de despesas, e nesse imbróglio, a corda quebrou pra o lado mais fraco, ou seja, de quem ia participar do Festival de Músicas Carnavalescas. Por outro lado, segundo a nota do administrador, foi necessário isso acontecer, para que, assim, a gestão honre os compromissos salariais, citado como exemplo, colocar a Folha de Pagamento em dia, sustentando que os proventos dos servidores são mais importantes, alegando que o salário é primordial na vida do cidadão, nesse caso, do servidor do Município de Pedreiras. Perfeito, se não houvesse contradição, e todos são sabedores dos últimos acontecimentos, quando se trata de pagamento no Município de Pedreiras, mas isso é uma outra história.

Para não pontuar negativamente sobre o assunto, que pelo visto não deu certo, a gestão informou, ainda, que essa situação, a contensão de despesas, não atinge apenas o Festival de Músicas Carnavalescas, mas que esse corte de gastos está abrangendo toda a administração pública municipal, isso, vale a pena ressaltar, conforme é reprise na nota, com o principal objetivo de normalizar e manter em dia o pagamento dos servidores, mas somente de agora em diante. 

Todas as festividades culturais realizadas por um Município, têm as parcerias, sejam federais, estaduais, ou através de seus representantes parlamentares que dispõem de uma verba (emenda), que faz jus aos compromissos por eles firmados durante as campanhas eleitorais, não só com a população, mas com a própria gestão municipal. Sobre essa contribuição, o que podemos afirmar é o seguinte: É visivelmente estampado na arte e na propaganda da vinheta da programação do Carnaval de Pedreiras, a inclusão da parceria do Governo do Estado e de alguns parlamentares que estão contribuindo com a realização do evento. A pergunta é a seguinte: “Por quê somente o XIII Festival de Músicas Carnavalescas foi sacrificado, se o financeiro, pelo menos do Governo do Estado, é voltado exclusivamente ao Carnaval?” 

Avaliando o referido valor que seria direcionado ao XIII Festival de Músicas Carnavalescas, em premiação, que é de R$ 12.000,00 (doze mil reais), colocando outras despesas, como o pagamento da banda que acompanharia os intérpretes durante os ensaios e apresentações, não ultrapassaria com certeza a quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Essa pequena contensão de despesas já seria o suficiente para não deixar mais o salário do servidor atrasar?

Não tive acesso ao valor do repasse do Governo do Estado, para o Carnaval de Pedreiras. Mesmo essa verba não chegando nesse momento, pois sabemos dos trâmites legais e as burocracias, o Município só deverá colocar a mão nessa grana em meados de junho ou julho, mas, de qualquer forma, essa verba vai chegar aos cofres da prefeitura, aí, é que vem a compensação do Município, que por ventura tenha complementado algum valor para tal evento. Então, pra mais detalhes de informação, significa que o Município não ficará no prejuízo se realizar o XIII Festival de Músicas Carnavalescas, por que existe verba para tal evento. 

Quanto ao Carnaval de Rua, que durante quatro dias de festa, 12 bandas estarão fazendo a animação do folião, com uma despesa que pode chegar até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), de acordo com a licitação, mesmo podendo gastar bem menos, será realizado. 

Diante toda polêmica, volto ao início desse texto. Infelizmente A corda sempre quebra do lado do mais fraco”, e especificamente neste caso, foi banido o XIII Festival de Músicas Carnavalescas.

Aos inscritos no evento, só resta lembrar a estrofe de uma boa música carnavalesca.

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebe não chorar

 

One comment on “Pedreiras: Ei você aí, me dá um dinheiro aí!”

  • Folião triste says:

    Boas colocações! Lembrando que esse absurdo, não somente de cancelar o festival, mas o fato de se ter divulgado edital, exigindo inclusive que as composições fossem registradas em cartório gerando um custo…. quer dizer que não há planejamento? As coisas são jogas ao vento e depois vê se vai dar certo ou não?

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