
No dia Estadual de Combate ao Feminicídio, ontem (13), duas grandes caminhadas foram realizadas; uma em Trizidela do Vale, que saiu da Praça Joaquim Dino, e em Pedreiras, a concentração foi na Praça do Cinquentenário, reunindo homens e mulheres que foram protestar contra o fim do Feminicídio (um termo de crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres).

Durante as caminhadas foram lembrados os nomes da vítimas de feminicídio nos dois Municípios, Trizidela do Vale e Pedreiras. Vários casos foram levados ao conhecimento da população, vítimas, como: Lucyvânia, Aldene Conceição, Maria Reis, Maria Silva, Patrícia, Conceição Nina, Nilde Sousa, Sílvia, Diva e Silvana (Trizidela do Vale).

O encerramento do movimento aconteceu na Praça Corrêa de Araújo (Pedreiars), e contou com as presenças da Assessora especial do governador Flávio Dino, Laurinda Pinto, Dr. Marco Adriano (juiz da 1ª Vara da Comarca de Pedreiras); Drª Larissa Tupinambá (Juíza titular da 3ª Vara da Comarca de Pedreiras); Drª Ana Gabriela Ewerton (Juíza de execuções penais); Major Ricardo (Comandante do 19º BPM de Pedreiras); Silvana Prazeres (Delegada da Mulher); Cleide Silva (Secretária de Cultura, Mulher,Turismo e Igualdade Racial de Lima Campos); Jane Glêb (Secretária Municipal da Mulher de Pedreiras); Vanuza Lopes Costa (Secretária da Mulher de Trizidela do Vale); Antônio França (Prefeito de Pedreiras); Karen Cíntia (Secretária de Saúde de Pedreiras); Socorro Rios (Secretária de Assistência social de Pedreiras), Francinete Braga (Presidente da FUP); Tiro de Guerra (08 008 – Pedreiras); Polícia Militar (Pedreiras); Vereadores, Secretários Municipais, Sindicatos, Fizumba, Cras, Hospital Municipal Geral de Pedreiras, parentes e amigos das vítimas de Feminicídio.

“Hoje é um dia de protesto, na verdade, a gente não está comemorando, por que, na verdade, aqui não tem nada que comemorar, mas, acima de tudo, é uma demonstração de protesto, repúdio a todo ato de violência contra a mulher, especialmente hoje que é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Lamentavelmente, Pedreiras e Trizidela do Vale, têm um índice muito grande de violência doméstica, mas ao mesmo tempo, a gente tem que louvar a iniciativa dessas mulheres que se dispuseram vir às ruas, mostrar para a sociedade, que estão vestidas de preto, em luto, contra esse tipo de agressão. Eu parabenizo as mulheres e me solidarizo às famílias das vítimas, por que é algo que a gente tem que todo dia tem que combater e repelir“. Disse o Juiz Marco Adriano.

“Nós, como advogada do Creas, acompanhamos todos esses casos de violência contra a mulher; abuso sexual, e violência contra o idoso. Hoje é um dia de mobilização contra o Feminicídio, que é um assassinato de uma mulher, um ato de covardia que precisamos combater. E, Trizidela do Vale e Pedreiras estão engajadas nessa luta. É muito importante que a sociedade tenha esse conhecimento, por que, o crime de feminicídio é um crime bárbaro, mas também tem uma pena muito severa, e não adianta refletir depois que aconteceu, temos que refletir antes de acontecer; então, a mulher tem que ser respeitada, tem que ser tratada com amor e carinho, e, é o que nós esperamos, aqui, de toda a nossa sociedade“. Palavras da advogada do CREAS, Ivone Silva.
Silvana Prazeres, Delegada da Mulher de Pedreiras, participou do ato, e destacou a importância do movimento.

“A caminhada é importante por que ela serve para impactar a sociedade, para uma reflexão com relação à violência doméstica. A desvalorização da mulher perante o homem, é uma construção da sociedade. A sociedade tem que refletir, derrubar paradigmas, para que a mulher seja valorizada, afinal de contas, legalmente nós temos os mesmos direitos iguais“, concluiu a Delegada Silvana Prazeres.

“O nosso objetivo é exatamente marcar o movimento. Hoje (13) é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, infelizmente nós tivemos várias ocorrências em nossa região, quanto, que na campanha de combate no material gráfico aparecem duas mulheres, uma de Pedreiras e uma de Trizidela do Vale, mas é importante demonstrar, que a sociedade, os homens e mulheres de bem não coadunam com essa prática, não toleram que a mulher continue sendo agredida, morta ou ultrajada, simplesmente por sua condição de gênero; e essa é a voz que a gente quis trazer pras ruas, de repúdio contra toda forma de violência contra a mulher“. Disse a juíza Larissa Tupinambá, titular da 1ª Vara da Comarca de Pedreiras.

A Secretária Municipal da Mulher de Pedreiras, Jane Glêb, taxou como positiva a manifestação. “Foi muito positiva. A sociedade está dando a resposta, aos poucos, por que nós sabemos que estamos desconstruindo essa cultura machista, e aos poucos nós estamos conseguindo. Vejo positiva a justiça, o judiciário, legislativo, executivo, todos imbuídos na causa, principalmente a sociedade. Partiu da Secretaria de Mulher de Pedreiras, essa caminhada, e casamos com Trizidela do Vale, que foi chamada para a parceria, e, está ai a resposta, e nós não vamos nos calar“. Concluiu a secretária.


Representando o Governador Flávio Dino, a assessora especial, Laurinda Pinto, classificou a caminhada como um grande marco para a região.


“Foi fundamental! Primeiro a integração da regional, principalmente esses dois Municípios que têm casos de feminicídios, onde alguns já estão solucionados, como feminicidas condenados, outro já está preso, processo de condenação que é o caso de Silvana, mas a integração, a articulação que é o combate e o enfrentamento que se dá, realmente com esse movimento, com essa mobilização, de ter a responsabilidade do aparato estatal com as suas atitudes, com as suas instituições, mas a de ter, também, a participação efetiva da comunidade, dos homens e mulheres de bem, que precisam numa organização comunitária dizer não ao feminicídio, dizer não, principalmente à violência doméstica, que é onde acontece o maior número de feminicídio no Maranhão“. Destacou Laurinda Pinto.
A juíza de execuções penais, Drª Ana Gabriela Ewerton, disse que foi muito importante a caminhada, pelo momento de conscientização da sociedade.

“Eu acho mais importante a gente combater o início, e não o resultado. Então a gente não quer que mais mulheres morram, que mais mulheres sejam espancadas, então, essa conscientização é para evitar que aconteça, que é o mais importante. Quem quiser denunciar um caso de agressão à mulher, é só ir a delegacia de Policia Civil, pode ir direto à vara correspondente, onde temos uma resolução que ampara a mulher, onde ela pode ir direto à secretaria, no fórum, e fazer o seu registro, e de lá será prontamente atendida“.


Saiba por que o dia 13 de Novembro foi instituído o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.