Segunda fase da Lava Jato no Rio pede prisão de Eike Batista
BELA MEGALE
DE BRASÍLIA
ITALO NOGUEIRA
LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a Operação Eficiência, a segunda fase da Lava Jato no Rio de Janeiro.
O principal alvo é o empresário Eike Batista. Foi emitido contra ele um mandado de prisão preventiva, ou seja, sem data para terminar. Ele é suspeito de ocultar US$ 100 milhões de propina do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) no exterior.
O pedido de prisão, contudo, ainda não foi cumprido porque Eike não está em casa. Segundo seu advogado, Flávio Martins, falou à “GloboNews”, o empresário está fora do país, mas deve se entregar quando retornar.
O advogado Sérgio Bermudes, que defende o empresário nas causas cíveis, afirmou que ele viajou na terça-feira (24), mas não soube precisar o destino. Ele afirmou que o cliente nunca se furtou a se apresentar, quando solicitado.
A PF ficou cerca de que quatro horas na residência do empresário no Jardim Botânico, zona sul do Rio, onde também cumpriu mandado de busca e apreensão. Os policiais deixaram a casa por volta das 10h.
Os agentes passaram cerca de quatro horas na residência.
Dois carros da PF e um do Ministério Público Federal participaram das buscas no imóvel.
Nesta fase, a operação investiga crimes de lavagem de dinheiro e ocultação no exterior de cerca de U$ 100 milhões em remessas contínuas de 2002 a 2007, período em que Cabral acumulou R$ 6 milhões, afirmou o Ministério Público Federal. De acordo com a PF, boa parte dos valores já foi repatriada.
Segundo os procuradores, a organização criminosa liderada por Cabral movimentou R$ 39,7 milhões entre agosto de 2014 a junho de 2015.
Ao todo foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e quatro de condução coercitiva, além de 27 mandados de busca e apreensão de acordo com notas emitidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Das prisões decretadas nesta fase pelo juiz Marcelo Bretas, da sétima vara federal do Rio, já estão detidos o ex-governador Sérgio Cabral e seus ex-secretários Wilson Carlos e Carlos Miranda. Esse é o terceiro mandado do prisão expedido contra eles.
Também foi preso o advogado Flávio Godinho, vice-presidente de futebol do Flamengo, e outros quatro suspeitos de associação ao grupo: Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e Francisco Assis Neto.
Godinho é acusado de lavar dinheiro no esquema de pagamento de propinas direcionadas à Cabral, com uso de contratos fictícios.
Entre os alvos de condução coercitiva estão a ex-mulher de Cabral, Susana Cabral, o irmão do ex-governador, Maurício Cabral, Eduardo Plass, ex-gestor TAG Bank e da Opus, e de Luiz Arthur Andrade Correia, que já fora preso na 34ª fase da Lava Jato, em setembro.
A Folha ainda não conseguiu contato com a defesa dos demais alvos.
Fonte: Folha de São Paulo
0 Comentários