Um dos efeitos imediatos da ascensão do peemedebista Michel Temer ao comando do país é a dispersão clara da pequena base que o governador Flávio Dino (PCdoB) mantinha na Câmara Federal.
Dos sete deputados federais eleitos pelo grupo dinista, apenas dois – Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Zé Carlos (PT) – devem permanecer na oposição sistemática ao novo governo. Todos os demais, inclusive alguns que votaram contra o impeachment, devem buscar realinhamento com Michel Temer.
Do sete aliados orgânicos do governador maranhense apenas Waldir Maranhão (PP)votou contra o impeachment a pedido de Dino. Os dois outros votos da bancada – Zé Carlos e Rubens Júnior – tomariam esta decisão independentemente do pedido do governador. Todos os demais deputados da base comunista votaram a favor do afastamento de Dilma Rousseff (PT), incluindo o próprio ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).
Esses deputados vão agora buscar um alinhamento com Temer, em busca de recursos para suas bases e liberação de emendas.
O próprio Waldir Maranhão, agora no comando da Câmara Federal, já começa a se alinhar com o presidente, que já mandou emissários pra conversar com ele sobre os projetos de interesse do governo.
Líder do PDT na Câmara Federal, o deputado Weverton Rocha também votou contra o impeachment. Mas boa parte de seus liderados votaram a favor do afastamento de Dilma, mesmo sob ameaça de expulsão. Articulado, o parlamentar maranhense percebeu que não adiantaria remar contra a maré e já trabalha, ele próprio, pela reunificação da bancada, com o objetivo de negociar fortalecido com o novo governo.
“Estamos trabalhando para reunificar a bancada. O PDT é um partido capilarizado no Brasil sabe sua importância”, frisou Rocha, dias depois do impeachment na Câmara, em conversa com O Estado, sinalizando sobre o projeto pedetista para o novo governo.
Outros parlamentares que se elegeram em 2014 ao lado de Flávio Dino já estavam no projeto anti-Dilma mesmo antes de o impeachment virar realidade. É o caso do tucano João Castelo e da popular-socialista Eliziane Gama, que defendem abertamente um projeto de poder nacional envolvendo PSDB, PPS, DEM e outros partidos, contra a aliança PT/PCdoB.
O resultado é que, com uma bancada de apenas dois deputados, Flávio Dino fica sem poder de barganha na Câmara Federal, e sem influência alguma no governo Temer.
Alguns dos parlamentares que se alinham ao projeto de Flávio Dino no Maranhão já aconselharam o governador a também tentar uma aproximação com Michel Temer. Um exemplo é o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), para quem o comunista erra ao assumir “postura de guerrilha”. O comunista, no entanto, parece disposto a quebrar lanças contra o governo do PMDB. Em uma de suas últimas entrevistas, ele classificou de “frágil e interino” o governo Temer e desdenhou da capacidade de perseguição do Palácio do Planalto. Desde então, o comunista e seus aliados mais próximos adotaram o silêncio.
O senador Roberto Rocha (PSB) declarou neste fim de semana que o seu partido vai começar a trilhar projeto próprio, alinhado com o projeto nacional da legenda. Segundo o senador, o PSB não será coadjuvante do governo Flávio Dino.
“No estado, a Executiva Nacional entende que o partido deve ter luz própria, caminhar com as próprias pernas, e não ser coadjuvante de ninguém. Aliado sim, mas alienado não”, comentou.
“O PSB deve ter luz própria, caminha com as próprias pernas, sem ser coadjuvante de ninguém”.
É dentro desta perspectiva nacional que Roberto Rocha vê cada vez mais próximo uma intervenção da direção nacional no diretório estadual do PSB, comandado hoje pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa. O senador diz que a visão da cúpula do partido é que Leitoa tem transformado o PSB em uma sublegenda do PCdoB no Maranhão.
“Esse é um processo [a intervenção] que ganha fôlego na medida em que a direção nacional enxerga no Maranhão a pior situação da oposição no país”, declarou.
O pedido de intervenção no diretório estadual do PSB foi feito pelo militante Manoel Neto, para quem Luciano Leitoa descumpre regras do estatuto do partido. A intervenção sepultaria também a candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré a prefeito de São Luís, num projeto do próprio Luciano Leitora e do governador Flávio Dino.
Para Roberto Rocha, não há como sustentar uma executiva com o perfil de atrelamento ao governo comunista, embora garanta que terá postura aliada, mas sem dependência de Flávio Dino.
(Fonte: oestadomaranhao/imirante.com.br)
2 comments on “Após Michel Temer, base de Dino em Brasília Começa a se Dispersar”
Pasmem, o nosso governador orientar um babaca representante do nosso Estado a tomar uma atitude como esta, era sabido que não frutificaria, que já estava decidido e que resultaria na invalidação da decisão. Governador, nós temos que acreditar em mudanças para melhor, lembre-se de como pegou o Maranhão, pra mim você está fazendo um bom governo, com exceção da exoneração do secretário da saúde, que priorizou a AP e isso foi mal, porque é preferível prevenir do que gastar rios de dinheiro com cura. Torço por você.
Vai ficar sozinho com um banana chamado Waldir, se não souber agir. Desperta governador, os tempos são outros, alie-se aos fortes e tire as vantagens para o estado, uma pessoa inteligente como o senhor não deveria apoiar um governo delapidador do País como o anterior, e nem uma criança acredita na inocência da Dilma e Lula. Aguarde o desenrolar dos fatos, fique à espreita e volte-se para o seu Estado do Maranhão.