Brasília: Com 76% de aprovação, Mandetta anuncia que foi demitido por Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/18-03-2020

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou nesta quinta-feira que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto. Mandetta ficou cerca de meia-hora no Planalto. A exoneração ocorre depois de semanas de desentendimentos públicos entre os dois sobre a maneira de lidar com a pandemia do novo coronavírus. O oncologista Nelson Teich foi convidado para o seu substituto e já aceitou.

Em conversa com o GLOBO, Luiz Henrique Mandetta reiterou as declarações que fez ao Twitter sobre sua saída do governo. Na curta ligação, Mandetta confirmou que ouviu de Bolsonaro sua demissão do cargo de ministro da Saúde. Ao final, Mandetta avisou que iria ligar para sua mãe, Maria Olga Solari, para dar a notícia. A frente do Ministério da Saúde há um ano e quatro meses, Mandetta não visitava Mato Grosso do Sul – onde está mora a mãe – desde o início da pandemia do novo coronavírus, em fevereiro.

Na quarta-feira, a entrevista coletiva dada por Mandetta já havia sido em tom de despedida. Ciente que deixaria o cargo, ele informou que a atual equipe não ira fazer uma saída brusca. Nos últimos dias, o ministro admitiu que havia um “descompasso’ entre ele e o presidente.

Bolsonaro já havia tomado a decisão de demitir Mandetta no último dia 6, conforme revelou o GLOBO, mas foi convencido a voltar atrás. Depois disso, os dois tiveram uma conversa a sós, e o presidente chegou a dizer que estava “tudo acertado”. Entretanto, uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo, reduziu o apoio que Mandetta tinha de outros ministros. Na entrevista, Mandetta defendeu uma unificação do discurso no combate ao coronavírus.

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A primeira vez que Bolsonaro demonstrou publicamente seu descontentamento com Mandetta foi no dia 2 de abril, quando admitiu que os dois estavam “se bicando há algum tempo” e disse que faltava “humildade” ao seu subordinado. Apesar de ressaltar que nenhum ministro é “indemissível”, o presidente disse que não pretendia exonerar Mandetta “no meio da guerra”. Dias depois, Bolsonaro afirmou, sem citar nomes, que “algumas pessoas” do seu governo “de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos” e que ele não teria medo nem “pavor” de usar a caneta contra eles.

Mandetta adotou como discurso que “médico não abandona paciente” e que continuaria no cargo enquanto Bolsonaro permitisse. Na terça-feira, negou que estivesse “forçando sua demissão”.

fonte: oglobo.globo.com

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