
Durante um interrogatório que durou cerca de quatro horas, na Delegacia de Investigações Criminais (Deic), o médium João de Deus negou todas as acusações de abuso sexual. O delegado geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, não ficou convencido com os argumentos do acusado e pretende indiciar o líder espiritual por pelo menos dois crimes: estupro e posse sexual mediante fraude.
João de Deus já chegou ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde dividirá uma cela de 16 metros quadrados com três detentos e, segundo o G1, só poderá receber visitas daqui a 30 dias.
Segundo o delegado, a polícia leva em consideração na investigação o fato de João de Deus ter explorado a fé das pessoas que o procuraram para obter benefício sexuais.
Foram abertos 15 inquéritos pela Polícia Civil de Goiás para investigar o líder religioso. Cada inquérito trata do caso de cada vítima já registrado pelos policiais. O número pode aumentar com os relatos recebidos pelo Ministério Público.
De acordo com o delegado, uma reunião vai acontecer nesta segunda-feira, no período da tarde, com Polícia Civil e o Ministério Público de Goiás, para definir como se dará o prosseguimento das investigações. Como base nos “novos depoimentos que estão chegando, novos inquéritos serão abertos”, afirma o delegado.
Fernandes afirmou que, no depoimento, João de Deus não confirmou os abusos:
— Ele não vai confirmar (os abusos). Ele apresenta a versão dele dos fatos.
O delegado não deu garantias de que João de Deus ficará numa cela isolado no centro penitenciário de Aparecida de Goiânia, para onde foi levado.
O advogado Alberto Toron, que defende o médium, disse que João de Deus respondeu a todas as perguntas do interrogatório. E fez acusações contra uma das mulheres que declararam ter sido abusadas por João de Deus.
fonte: oglobo.globo.com