Metade dos funcionários de bancos privados aderiu à greve dos bancários no Maranhão que, neste sábado,24, completa 19 dias. De acordo com o sindicato da categoria, 750 trabalhadores de instituições financeiras do estado do segmento privado, mesmo sob o risco de demissões, decidiram cruzar os braços.
Os bancários – seguindo adesão nacional – exigem dos bancários a reposição inflacionária nos salários de 9,5% e ainda os 18,83% referentes à elevação nos vencimentos. Na sexta-feira,23, trabalhadores se reuniram na sede da categoria, em São Luís (na Rua do Sol) e decidiram manter a greve. “ Diante da intransigência dos empresários, nossa categoria achou por bem manter o efetivo de greve até que seja apresentada uma proposta justa para os trabalhadores”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários no Maranhão (Seeb/MA), Eloy Natan.
Ainda segundo o dirigente, além da elevação nos salários os bancários ainda exigem a realização de concurso público para a contratação de novos funcionários, a diminuição das taxas de juros cobradas pelas empresas financeiras e o respeito à Lei das Filas. “ São normas que beneficiam não somente a categoria, como também os clientes”, frisou Natan.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contran), mais de 13 mil agências bancárias no país aderiram ao movimento e suspenderam as atividades por tempo indeterminado. Desde o início da greve, a população usufrui apenas dos serviços de atendimento por telefone, dos caixas eletrônicos, além do internet banking.
Na quarta-feira,21, o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor do Maranhão (Procon) determinou a suspensão, por parte dos credores, de juros e multas por atrasos no pagamento de contas. De acordo com o órgão, em caso de desobediência, a empresa poderá responder por crime de desobediência, conforme previsto no Código Penal (art. 330). O órgão solicitou ainda, das agências, a inclusão permanente de valores em espécie nos terminais eletrônicos.
Atualmente, 5 mil bancários atuam em empresas públicas e privadas no Maranhão, de acordo com dados do sindicato da categoria. Deste total, 70% do contingente refere-se aos bancos públicos.
Consequências – A falta de funcionários nas agências bancárias levou parte dos consumidores a buscarem novos locais de pagamento, como as agências lotéricas. Em São Luís, por causa do aumento na circulação de dinheiro em espécie, os donos destes estabelecimentos decidiram intensificar as medidas de segurança. Em nota, a Polícia Militar do Maranhão (PM) informou que está atenta a possível prática de crimes nas lotéricas.
Números
– 19 é o total de dias de greve dos bancários no Maranhão;
– 9,5% é o percentual de perda inflacionária exigida pela categoria;
Frase
“ Diante da intransigência dos empresários, nossa categoria achou por bem manter o efetivo de greve, até que seja apresentada uma proposta justa para os trabalhadores”
Eloy Natan
Presidente do Sindicato dos Bancários no Maranhão
Fonte: oestadomaranhao/imirante.com.br