Rio: Queiroz admite que indicou mãe e irmã de miliciano para gabinete de Flávio Bolsonaro

A lua de mel não durou muito tempo. Em dezembro, a revelação de que o Coaf identificou movimentações suspeitas na conta bancária de Queiroz trouxe turbulências ao capital político de Flávio e suspeitas de que, enquanto deputado, embolsou o salário de funcionários do gabinete. A situação se deteriorou com ao sumiço do ex-assessor, que faltou a vários depoimentos, e a revelação de 48 depósitos em dinheiro vivo Foto: Infoglobo

O ex-assessor Fabrício Queiroz admitiu nesta terça-feira, em nota emitida pela defesa, que indicou a mãe a mulher do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelo Ministério Público do Rio como chefe de milícia , para trabalhar no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Também em nota, Flávio Bolsonaro afirmou que era Queiroz o responsável pelas indicações .

Queiroz e Adriano se conheceram na época em que ambos trabalhavam no 18º Batalhão de Polícia Militar (Jacarepaguá).

“Ademais, vale frisar que o Sr. Fabrício solicitou a nomeação da esposa e mãe do Sr. Adriano para exercerem atividade de assessoria no gabinete em que trabalhava, uma vez que se solidarizou com a família que passava por grande dificuldade, pois à época ele estava injustamente preso, em razão de um auto de resistência que foi, posteriormente, tipificado como homicídio, caso este que já foi julgado e todos os envolvidos devidamente inocentados”, informa a nota.

POLITICANDO  :  Operação contra milícia agrava situação de Flávio

A defesa afirma ainda lamentar “que sejam lançadas informações acerca da sua movimentação bancária diariamente na mídia, sem que lhe seja oportunizado ter acesso às informações, para que possa exercer seu direito constitucional de apresentar sua defesa”.

O ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, tido pelo Ministério Público do Rio como o homem-forte do Escritório do Crime, organização suspeita do assassinato de Marielle Franco  . O policial foi alvo de um mandado de prisão nesta terça-feira  e está foragido. Ele é acusado há mais de uma década por envolvimento em homicídios. Adriano e outro integrante da quadrilha também  foram homenageados por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio  (Alerj).

A mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ocuparam cargos no gabinete de Flávio Bolsonaro. Elas tinham o cargo CCDAL-5, com salários de R$ 6.490,35. Raimunda é uma das servidoras do gabinete que fizeram repasses para a conta de Queiroz. A ex-assessora, de 68 anos, repassou R$ 4,6 mil para a conta do ex-assessor.

“Continuo a ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro. A funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, que era quem supervisionava seu trabalho. Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão”, diz Flávio na nota.

Deixe uma resposta