O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin serão diplomados em seus cargos nesta segunda-feira (12), em cerimônia marcada para as 14h no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ato solene, que contará com forte esquema de segurança e mais de 100 convidados, marca o fim de todo o processo eleitoral. Na ocasião, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deverá assinar o diploma que atesta terem sido Lula e Alckmin eleitos pelo voto popular.
A mesma solenidade deverá se repetir para os eleitos para governador e vice-governador, nos 27 tribunais regionais eleitorais do país. Todos os eleitos no pleito deste ano deverão ser diplomados em seus respectivos cargos até 19 de dezembro, conforme prazo previsto nas normas eleitorais.
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Segundo o Código Eleitoral, devem constar no diploma o nome do candidato, a sigla pela qual foi eleito, o cargo ou suplência e outros dados, a critério do juiz ou do tribunal. A expedição do documento é uma formalidade que condiciona a posse no cargo. Ou seja, aqueles que não forem diplomados ficam impedidos de exercer seus postos.
Entre os impedimentos para a diplomação está o indeferimento do registro de candidatura, mesmo que haja recursos pendentes. Por outro lado, não impedem a diplomação eventuais recursos que pesem contra a realização do ato. Pelo Código Eleitoral, é possível recorrer da expedição de diploma caso seja encontrada alguma causa de inelegibilidade nova, ainda não averiguada pela Justiça Eleitoral.
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Na última terça-feira (6), ao proclamar Lula e Alckmin eleitos, Moraes destacou não constarem no TSE recursos contra a expedição dos diplomas dos dois.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou hoje (8), em Brasília, que o pagamento de 200 mil bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – referente a dezembro – está assegurado e deve ser realizado até a próxima terça-feira (13). Segundo comunicado, no total a Capes teve R$ 210 milhões liberados para arcar com os pagamentos.
No início da noite, o MEC informou que serão destinados R$ 160 milhões para o pagamento de 100 mil bolsas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
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Liberação
Mais cedo já havia sido anunciada a liberação de outros R$ 50 milhões para o pagamento de todas as bolsas dos programas destinados à formação de professores para a educação básica, informou, em nota, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Na terça-feira (6), a Capes divulgou uma nota informando que não teria recursos para pagar as mais de 200 mil bolsas destinadas a estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado em virtude de contingenciamentos (bloqueios) orçamentários. Os depósitos deveriam ter sido feitos até ontem (8).
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Ainda segundo o MEC, uma negociação com a área econômica garantiu a liberação de R$ 460 milhões para o setor da educação.
O relator do Orçamento, Marcelo Castro, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante entrevista nesta quinta/Fonte: Agência Senado
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o Orçamento para 2023 será aprovado pelo Congresso Nacional ainda neste mês, antes do recesso parlamentar.
— Eu trabalho com a convicção da aprovação do Orçamento este ano; é o nosso papel. Dois anos atrás nós experimentamos isso de não aprovar o Orçamento; isso é sempre muito ruim. Eu acho que é importante nós termos a regularidade e o funcionamento. (…) Nós temos um pleno funcionamento democrático, respeitoso para com os outros Poderes. Lei orçamentária, para um governo que está começando, é muito importante que ela seja aprovada pelo Congresso Nacional. É a nossa prerrogativa e nós não podemos nos furtar dela — declarou Pacheco.
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O relator-geral do projeto da Lei Orçamentária Anual de 2023 (PLN 32/2022), senador Marcelo Castro (MDB-PI), ressaltou que tem a mesma certeza. Além disso, Castro disse acreditar que a Câmara dos Deputados vai aprovar a PEC da Transição (PEC 32/2022) na semana que vem.
— Quanto mais cedo a Câmara aprovar a PEC, melhor, porque [assim] eu terei mais prazo para saber o que eu vou ter de disponibilidade para fazer o meu relatório. É claro que já estou trabalhando no relatório baseado no que foi aprovado no Senado. (…) Nós vamos aprovar a PEC. Vamos aprovar o nosso relatório até o final da sessão legislativa — destacou Castro.
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Castro e Pacheco afirmaram também que a PEC da Transição vai ajudar a abrir espaço fiscal no Orçamento de 2023 para que haja mais dinheiro para saúde, educação, ciência e tecnologia, cultura, merenda escolar, universidades federais, reajuste do salário mínimo e os programas Farmácia Popular e Bolsa Família.
O Senado aprovou na noite de ontem (7), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) chamada de PEC da Transição. Em primeiro turno, o placar foi 64 votos a 16 e, no segundo turno, 64 votos a 13. A matéria vai a Câmara dos Deputados. A proposta visa garantir recursos para programas sociais no Orçamento da União de 2023, como a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 e o aumento real do salário mínimo a partir de janeiro.
A PEC traz uma espécie de expansão do teto de gastos, criado em 2016 no governo Michel Temer. A proposta, de interesse do presidente eleito Lula, é expandir esse teto em R$ 145 bilhões para, com esse dinheiro, viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família em 2023. O teto de gastos foi criado para limitar as despesas do governo, reduzir o gasto público e evitar que esse gasto fosse maior que a arrecadação no ano.
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A previsão da PEC é pagar o valor de R$ 600 mensais, mais R$ 150 por criança de até 6 anos a partir de janeiro de 2023. Além disso, a PEC também prevê um valor “extra-teto” para pagamento do auxílio, cifras extras para despesas com programas socioambientais e de combate às mudanças climáticas. O texto foi alinhado ontem (6) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), quando foi aprovado e de onde seguiu para o plenário da Casa.
Um ponto alvo de debates no plenário foi o prazo de duração da expansão dos gastos. O futuro governo quer dois anos, e assim ficou no relatório do senador Alexandre Silveira (PSD-MG). Outros senadores, ligados ao atual governo ou considerados independentes, pediam um prazo menor, de um ano. O texto seguiu com os dois anos propostos pelo relator.
No seu parecer apresentado em plenário, Silveira incluiu todas as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs), e não apenas a Fundação Oswaldo Cruz, como estava no relatório aprovado ontem na CCJ. O trecho da proposta prevê que não está incluído no limite do teto de gastos as despesas custeadas com receita própria, doações ou convênios de instituições federais de ensino e ICTs.
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O relatório também prevê o alongamento do prazo para os municípios continuarem usando, no ano que vem, os recursos já recebidos do Fundo Nacional de Saúde e pelo Fundo Nacional de Assistência Social diretamente aos fundos de saúde para combate à pandemia de covid-19.
Assim como firmado na CCJ, a PEC prevê que o presidente da República deverá encaminhar ao Congresso Nacional, até 31 de agosto de 2023, uma nova proposta de regime fiscal, chamado de “âncora fiscal”, que, na prática, substituirá o teto de gastos e, segundo a PEC, garantiria a estabilidade econômica do país.
Matéria atualizada em 8/12 para correção de informação no segundo parágrafo. A cifra correta é R$ 145 bilhões e não R$ 145 milhões, como informado anteriormente.
Mais de 50% das pessoas evitam chegar tarde, usar caixas eletrônicos à noite e celular em público – Foto: Adenir Britto/PMSJC
Em 2021, o percentual de pessoas que se sentiam seguras no domicílio (89,5%) era maior do que o daquelas que se sentiam seguras em seu bairro (72,1%). Essa proporção é ainda menor em relação à sensação de segurança na cidade onde viviam (54,6%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) Contínua – Sensação de segurança 2021, que, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, investigou, pela primeira vez nessa Pesquisa, o tema sensação de segurança junto a moradores de 15 anos ou mais de idade, a fim de avaliar a opinião das pessoas sobre suas percepções de (in)segurança. As informações foram divulgadas hoje (07) pelo IBGE.
Os homens se sentem mais seguros que as mulheres. Além disso, o grau de segurança das pessoas que moravam em áreas rurais superava o das áreas urbanas. No bairro e na cidade, as diferenças eram de quase 14,0 pontos percentuais (p.p.) entre áreas rural e urbana.
Policiamento, áreas de lazer, pavimentação e iluminação, avaliados como ótimos ou bons, aumentam sensação de segurança
Em 2021, a existência de serviços públicos avaliados como ótimos ou bons estava associada a uma sensação de segurança maior do que aquela estimada para os domicílios cujo entorno fornecia serviços classificados como regular, ruim ou péssimo. O serviço de policiamento apresentou a maior diferença (cerca de 20 p.p.) na proporção de pessoas seguras, ao passo que o de menor diferença, ainda que significativa, foi o serviço de coleta de lixo (10,4 p.p.).
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Extorsão e cobrança de taxas ilegais é o crime que mais reduz a sensação de segurança
Menos da metade da população se sentia segura nos locais em que existia extorsão (45,0%), pessoas transitando com armadas (46,1%), roubos (47,5%) e troca de tiros (49,4%).
Nos lugares onde ocorreram assassinato e violência policial, esse percentual foi um pouco maior, 50,5% e 50,3%, respectivamente. Pessoas consumindo drogas ilegais afetam menos (59,6%) do que a existência de vendas de drogas ilegais (56,4%).
Entre as instituições pesquisadas, bombeiros tem o maior percentual de confiança
A pesquisa também avaliou o grau de confiança dos moradores em instituições: polícia civil, polícia militar, guarda municipal, bombeiros, justiça e forças armadas. O maior percentual de confiança foi o dos bombeiros (87,1%). As polícias civil e militar apresentaram níveis de confiança próximos, 66,9% e 66,3%, respectivamente, e ficaram um pouco acima da guarda municipal (60,6%). A instituição com menor taxa de confiança foi a justiça (50,2%).
40% da população afirmou ter chancemédia ou alta de ser roubada na rua
Em 2021, entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade, 40,0% afirmaram ter muita chance ou chance média de serem roubadas na rua. A seguir, vieram as chances de serem roubadas no transporte coletivo (38,1%) e de terem roubados carro, moto ou bicicleta (37,2%). Em quarto lugar ficou a chance de ter o domicílio roubado ou furtado (29,5%).
As demais proporções seguem com: pessoas com chance alta ou média de serem vítimas de agressão física (18,1%); estar no meio de um tiroteio (16,4%), ser vítima de bala perdida (16,4%); ter informações pessoais divulgadas na Internet (14,2%); ser vítima de agressão sexual (13,2%), ser assassinado (13,0%); ser vítima de sequestro (11,7%) e, por fim, ser vítima de violência policial (10,9%) ou ser confundido com bandido pela polícia (10,0%).
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Uma em cada cinco mulheres afirmaram terem chance média ou alta de sofrer violência sexual
A proporção de mulheres que afirmaram ter chance alta ou média de serem vítimas de violência sexual (20,2%) foi bem maior do que a de homens (5,7%). Entre os homens, destacam-se as chances de ser vítima de violência policial (13,5%) ou de ser confundido com bandido (13,4%).
Em todas as atividades evitadas por motivo de segurança que a PNAD Contínua elencou, as proporções das mulheres que as evitavam eram sempre maiores que as dos homens, sobretudo para chegar ou sair tarde de casa (63,6%), ir a caixas eletrônicos à noite (57,2%) e usar celular em público (57,6%).
Em 10 dos 13 tipos de violência investigados, a proporção das pessoas de cor preta ou parda que relataram risco médio ou alto de ser vítima foi maior que a das pessoas brancas. Destacam-se os riscos de ser confundido com bandido pela polícia, ser vítima de bala perdida e ser vítima de violência policial. Já a chance de ser vítima mais citada entre os brancos foi a de ter informações pessoais divulgadas na Internet, ser vítima de sequestro ou ter carro, moto ou bicicleta roubados.
Para os 13 tipos de violência investigados na PNAD Contínua, 40,0% as pessoas afirmaram ter muita chance ou chance média de serem roubadas rua; 38,1%, no transporte coletivo; e 37,2% de ter carro, moto ou bicicleta roubados. Em quarto lugar ficou a chance de ter o domicílio roubado ou furtado (29,5%).
As demais proporções seguem com: pessoas com chance alta ou média de serem vítimas de agressão física (18,1%); estar no meio de um tiroteio (16,4%) ou ser vítima de bala perdida (16,4%); ter informações pessoais divulgadas na Internet (14,2%); ser vítima de agressão sexual ou ser assassinado (13,2% e 13,0%, respectivamente); ser vítima de sequestro (11,7%) e ser vítima de violência policial (10,9%) ou ser confundido com bandido pela polícia (10,0%).
Mais de 50% das pessoas evitam chegar tarde, usar caixas eletrônicos à noite e celular em público
Em 2021, 56,7% das pessoas de 15 anos ou mais de idade evitaram chegar ou sair muito tarde de casa; 53,2% evitaram caixas eletrônicos à noite; 51,2% evitaram usar celular em locais públicos; 49,9% evitaram lugares com poucas pessoas; 49,2% evitaram falar com pessoas desconhecidas; e 42,8% evitaram usar relógio, joia ou outro objeto de valor. Em menor medida, 24,3% das pessoas evitaram atividades de lazer que costumavam fazer; 23,8% evitaram usar transporte coletivo; e 15,0% evitaram usar redes sociais ou Internet por motivo de segurança.
“As mulheres apresentaram percentual maior de evitação por motivo de segurança em todas as atividades, sobretudo chegar ou sair muito tarde de casa (63,6%), ir a caixas eletrônicos de rua à noite (57,2%) e usar celular em locais públicos (57,6%)”, diz Arêas.
“Quanto maior a escolaridade, maior a mudança de hábitos por motivo de segurança, o que pode ser reflexo das diferenças de renda entre os menos e os mais escolarizados ”, analisa Arêas.
A pesquisa também mostrou que a proporção de pessoas que evitaram alguma das atividades listadas foi maior quando houve vitimização por furto e, ainda mais, quando houve por roubo. “A maior diferença na proporção de pessoas que evitaram atividades por insegurança entre vítimas e não vítimas foi nos casos de roubo, dado que existe pelo menos uma ameaça ou violência, ao passo que, no furto, a pessoa pode nem perceber”, destaca o analista da pesquisa.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), seu então ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e o ministro Paulo Guedes (Economia), em 2019 – Marcos Corrêa/PR
Guedes é sondado para a Secretaria da Fazenda ou para exercer algum cargo consultivo, como conselheiro do governador. Já Bianco é cotado para a Secretaria de Justiça.
De acordo com nomes próximos ao ministro da Economia, no entanto, é mais provável que ele atue como um conselheiro de Tarcísio do que aceite ser secretário.
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (5), Tarcísio afirmou que “seria um luxo” ter Guedes como secretário da Fazenda, mas que acha “muito difícil ele aceitar”.
“Daí o secretário será o Samuel Kinoshita, que era da equipe do Guedes, coordenou o plano econômico e conduz a área de economia da transição”, disse Tarcísio.
Outro nome de envergadura é o do coordenador-geral da transição, Guilherme Afif (PSD), que também pode ocupar uma secretaria. Afif foi vice-governador de São Paulo, secretário estadual em duas gestões tucanas, era assessor especial de Guedes no Ministério da Economia e chefiou uma secretaria com status de ministério no governo Dilma.
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Embora um secretariado com peso de ministério sirva também ao fortalecimento político de Tarcísio para 2026, seus aliados afirmam que sua intenção é cercar-se de pessoas experientes, tarimbadas e que conheçam bem o estado para que a gestão seja eficiente.
Em 2018, Doria foi pioneiro em federalizar em escala seu secretariado com ex-ministros —aproveitando nomes da gestão Michel Temer (MDB), que se encerrava em Brasília.
O caso de Henrique Meirelles (União Brasil), que foi ministro da Fazenda de Temer e, depois, secretário da mesma pasta em São Paulo com Doria, é lembrado por aliados de Tarcísio ao argumentarem a favor de que Guedes assuma a secretaria.
Desde a montagem do seu secretariado, Doria mirava uma candidatura presidencial. Aliados de Tarcísio se dividem entre os que enxergam nele uma oportunidade para a direita voltar ao poder federal em 2026, enquanto parte defende que ele tente a reeleição no estado.
Embora Tarcísio e Doria tenham perfis distintos, ambos chegaram ao cargo de governador do estado mais rico do país tendo vivido a maior parte de suas trajetórias fora da política partidária até então. Os nomes de peso, portanto, ajudam a afiançar o governo ao mesmo tempo em que posicionam Tarcísio como alternativa para a Presidência da República.
Assim como Doria, Tarcísio estreia no cargo como potencial presidenciável. Mas no caso do ex-tucano, a aposta naufragou devido ao desgaste de sua imagem pública e ao isolamento político.
Nesse ponto, aliados de Tarcísio afirmam que há diferença em relação a Doria, já que, além de buscar um time de pesos-pesados, o futuro governador tem dado prioridade à articulação política, algo que faltou com o ex-governador.
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Nesse sentido, ele alocou Kassab na Secretaria de Governo —o presidente do PSD já tem iniciado contato com prefeitos, vereadores, deputados e outros Poderes. Kassab ainda terá interlocução com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na esfera federal e mantém influência na gestão da capital paulista de Ricardo Nunes (MDB).
Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, Tarcísio tem colocado o bolsonarismo mais radical em banho-maria com algumas de suas escolhas.
No caso do convite de Guedes, por um lado, a indicação lembra quando Doria chamou Meirelles para chefiar a Fazenda em seu governo, em ato para dar peso à sua gestão. Por outro, acena aos bolsonaristas em momento que eles criticam protagonismo de outras forças políticas, como o PSD de Kassab, no governo.
Ao acenar a um nome com quem esse grupo tem uma dívida de gratidão por ter atuado como fiador junto ao mercado, “Tarcísio contempla o bolsonarismo e se blinda de críticas”, diz Teixeira.
Até o momento, o único bolsonarista considerado “raiz” incluído no primeiro escalão é o capitão Capitão Derrite (PL-SP) na pasta da Segurança.
No entanto, mesmo trazendo ele para equipe, Tarcísio acabou adiando a ideia de retirar as câmeras dos uniformes dos policiais, assim como fez com a bandeira de acabar com a obrigatoriedade de vacinação aos servidores, dois acenos importantes aos mais radicais dados durante a campanha.
Nesta segunda, Tarcísio afirmou à CNN que “nunca foi bolsonarista raiz”, em mais um revés para os bolsonaristas, que já vinham reclamando da falta de espaço na futura gestão.
“Renato Feder [indicado para a Educação] foi escolhido pelo sucesso do ensino no Paraná. Kassab, que fiquei aborrecido quando foi para o governo Dilma, é um grande articulador político, que conversa com todas as correntes. O Bruno Bianco pode andar 50 vezes na avenida São João que ninguém identifica quem é, foi escolhido por ser técnico”, avalia.
D’Ávila também minimiza efeitos da fala de Tarcísio. “Ele nunca foi militante aguerrido, não tem esse perfil. Ele nunca foi raiz, mas mesmo assim o presidente o escolheu como candidato ao governo no maior estado da nação.”
Por outro lado, além dos medalhões, Tarcísio também tem buscando nomes técnicos, jovens e menos conhecidos na política para compor seu secretariado. Parte deles integram seu núcleo de confiança por terem atuado no Ministério da Infraestrutura sob sua gestão, como Arthur Lima, que ocupará a Casa Civil, e Natália Resende, que será secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Transportes.
O relator do Orçamento Geral da União, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse nesta segunda-feira (5) que o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) será o relator da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Com o prazo apertado para apreciar o texto, nas duas Casas do Congresso, até a semana que vem, a proposta exclui do teto de gastos R$ 175 bilhões para pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600, a partir de janeiro de 2023. A PEC também tira do teto mais R$ 23 bilhões para serem aplicados em investimentos, quando houver excesso de arrecadação.
A intenção dos senadores é discutir a PEC na CCJ nesta terça-feira (6) e votar a matéria no colegiado já na manhã de quarta-feira (7) e à tarde no plenário do Senado. Na semana seguinte, a expectativa é que a Câmara dos Deputados aprecie a proposta.
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Inicialmente, a equipe de transição defendeu que a exclusão dos valores do teto de gastos valesse por quatro anos, mas, segundo Marcelo Castro, a proposta não foi bem recebida e deve ser modificada por um substitutivo que propõe dois anos de prazo.
“Hoje vai ser um dia de articulações, negociações, de conversar com os senadores, de contar os votos para que amanhã a gente possa aprovar, se possível, na Comissão de Justiça [do Senado]”, explicou Castro. O senador lembrou que, para ser aprovado, o texto, precisa de, no mínimo, 49 votos favoráveis de senadores e 308 de deputados em dois turnos de votação em cada uma das Casas.
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A reunião ocorreu pela manhã na residência oficial do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e também contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Além deles, participam os senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Alexandre Silveira (PSD-MG) e os deputados Hugo Leal (PSD-RJ) e Celso Sabino (União-PA), presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e cotado para ser o relator da PEC na Câmara.
Bahia tem cinco municípios em situação de emergência por causa da chuva e mais de 3.500 pessoas desalojadas — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
As fortes chuvas que caem sobre regiões do Espírito Santo e da Bahia deixaram mais de mil pessoas desabrigadas nos dois estados. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, ontem (4) o estado estava com 36 alertas de enchente em vigor, com probabilidade de chuva forte para hoje.
O levantamento divulgado pelo órgão indica que uma pessoa morreu decorrente das enchentes dos últimos dias, 3.238 estão desalojadas e há 813 desabrigados. Na quinta-feira (1º), a Defesa Civil Nacional emitiu alerta para a previsão de chuvas intensas em Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Bahia. Na sexta-feira (2), pelo menos 17 cidades de Santa Catarina decretaram situação de emergência.
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Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), permanece até amanhã (5) o alerta para acumulado de chuva entre 30 a 60 milímetros por hora (m/h) ou 50 a 100 por dia em todo o Espírito Santo e no sul da Bahia. Há riscos de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios.
Na Bahia, os dados divulgados ontem pelo governo do estado contabilizam 495 desabrigados e 8.786 desalojados, sem registro de óbitos ou desaparecidos decorrentes das chuvas. O total de atingidos chega a 65.515 pessoas, em 50 municípios, com 16 deles tendo decretado Situação de Emergência: Prado, Baixa Grande, Itabuna, Santa Cruz Cabrália, Cícero Dantas, Ibicuí, Itambé, Nova Viçosa, Vereda, Olindina, Cachoeira, Eunápolis, Cardeal da Silva, Itapé, Ribeira do Pombal e Teodoro Sampaio.
Diversos trechos de rodovias estaduais e federais foram afetados. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no estado, a BR-101 está com interdição parcial no quilômetro 126, em Teodoro Sampaio, com trânsito lento devido a alagamento da pista, e no quilômetro 670, em Itapebi, o asfalto cedeu e a pista foi interditada nos dois sentidos. Na RB 30, há interdição parcial no quilômetro 734,5, em Boa Nova, devido a um desmoronamento, e apenas veículos de emergência e de pequeno porte têm permissão para passar.
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Nas rodovias estaduais, o governo informa que diversos trechos foram afetados, mas já foram feitos reparos emergenciais e o tráfego normalizado. Permanecem interditados os trechos da BA-690 em Itamaraju, devido ao rompimento de dois bueiros e a aterros que cederam; e na ponte sobre o Rio do Sul, que liga Vereda à Itamaraju, que cedeu e permanece com nível de água alto.
Retrato de Pelé, feito no museu que leva seu nome, em Santos – Bruno Santos – 28.nov.2018/Folhapress
Internado desde a última terça (29) no Hospital Israelita Albert Einstein, Pelé, 82, não responde mais ao tratamento quimioterápico que vinha fazendo desde setembro do ano passado, quando foi operado de um câncer de intestino. No início do ano, foram diagnosticadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.
A Folha apurou que o craque está em cuidados paliativos exclusivos. Isso quer dizer que a quimioterapia foi suspensa e que ele segue recebendo medidas de conforto, para aliviar a dor e a falta de ar, por exemplo, sem ser submetido a terapias invasivas.
Cuidados paliativos são indicados a todos os pacientes com doenças ou condições progressivas e potencialmente mortais. As medidas vão depender dos sintomas, da funcionalidade e do prognóstico, ou seja, quanto tempo de sobrevida se espera para o paciente.
Conforme a ESPN antecipou, o Pelé chegou ao hospital com um quadro de anasarca (inchaço generalizado), uma síndrome edemigêmica (edema generalizado) e uma insuficiência cardíaca descompensada. A Folha confirmou essas informações.
A infecção está sendo tratada com antibióticos. “A resposta tem sido adequada e o paciente, que segue em quarto comum, está estável, com melhora geral no estado de saúde”, diz o comunicado assinado pelos médicos Fabio Nasri, geriatra e endocrinologista, o oncologista Rene Gansl e Miguel Cendoroglo Neto, diretor-superintendente médico do Einstein
De acordo com a nota, o ex-jogador continuará internado nos próximos dias para continuidade do tratamento.
A Folha tentou ouvir os médicos que assinam o comunicado, mas, de acordo com a assessoria, os posicionamentos da equipe só virão por meio de notas oficiais. Também tentou ouvir a direção do hospital sobre a suspensão da quimioterapia e da adoção de cuidados paliativos. O hospital não confirmou e também não negou a informação. Apenas reforçou que manteria o conteúdo da nota divulgada nesta sexta.
Kely Nascimento, filha do Rei, tem minimizado a gravidade do quadro de saúde do pai em seu perfil em uma rede social. “A mídia está surtando novamente e eu quero vir aqui abafar um pouquinho. Meu pai está internado, regulando medicamento. Eu não estou pulando num voo para correr lá. Meus irmãos estão no Brasil, visitando, e eu vou no Ano-Novo”, postou. “Não tem surpresa, nem emergência”, concluiu Kely, que agradeceu ao carinho dos fãs.
Pelé tem feito postagens em suas redes sociais durante a Copa do Mundo. Na segunda (28), no intervalo do jogo do Brasil contra a Suíça, com o placar ainda em 0 a 0, postou no Twitter: “Como vocês estão depois deste primeiro tempo? Como diria meu amigo, Galvão Bueno: Haja coração. Eu acredito na vitória, e vocês?”.
Nesta quinta, em sua conta no Instagram, foi publicado um texto em que ele agradece homenagem que recebeu no país-sede da Copa e também tranquiliza os fãs. “Amigos, eu estou no hospital fazendo minha visita mensal. É sempre bom receber mensagens positivas como essa. Obrigado ao Qatar por essa homenagem, e a todos que me enviam boas energias!”
O craque luta contra um câncer de intestino desde 31 de agosto de 2021, quando teve diagnosticado um tumor no cólon (intestino grosso) durante exames de rotina, que deveriam ter sido feitos em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia da Covid-19.
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Quatro dias depois, passou por cirurgia no Albert Einstein para retirar o tumor e, durante a internação, foi levado algumas vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a última delas em 16 de setembro. Segundo o boletim divulgado na época, o craque teve uma instabilidade respiratória.
Logo após a cirurgia, o tricampeão mundial iniciou sessões de quimioterapia. Em dezembro de 2021, ficou cerca de 15 dias internado para mais sessões de quimioterapia. No dia 23 de dezembro, quando teve alta, postou nas redes sociais. “Como eu havia lhes prometido, vou passar o Natal com a minha família. Estou voltando para casa.”
Em 13 de fevereiro, quando retornou para mais sessões de quimioterapia, brincou. “Tomara que tenha pipoca para assistir ao Super Bowl logo mais. Estarei vendo, apesar de meu amigo Tom Brady não estar jogando. Obrigado por todas as mensagens de carinho”. Na ocasião, o Rei precisou prolongar sua estadia no hospital após os médicos identificarem uma infecção urinária. Pelé recebeu alta no dia 28 de fevereiro.
Além do câncer, o atleta sofre com sequelas de três cirurgias realizadas nos últimos anos. Uma para colocação de prótese no quadril e outras duas para corrigi-la. Também sente dores no joelho, problemas que dificultavam sua locomoção.
A Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias em Saúde (Conitec) emitiu parecer favorável à incorporação do medicamento Zolgensma ao Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada hoje (3) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, via redes sociais.
Segundo o ministro, a recomendação da Conitec é que o remédio seja usado para tratar crianças com até 6 meses de vida diagnosticadas com Atrofia Muscular Espinhal (AME) do tipo I e que estejam fora de ventilação evasiva acima de 16 horas por dia.
“Com isso, o Sistema Único de Saúde do Brasil ofertará as tecnologias mais avançadas para o tratamento da AME. Isso porque o Zolgensma se une ao Nusinersena e ao Risdiplam, tratamentos já incorporados ao sistema de saúde”, detalhou Queiroga.
A doença
A AME é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.
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Varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.
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Os principais sinais incluem perda do controle e de forças musculares; incapacidade/dificuldade de movimentos e locomoção; incapacidade/dificuldade de engolir; incapacidade/dificuldade de segurar a cabeça; e incapacidade/dificuldade de respirar.