O Canto da Poesia

  
    Virtude

O que diria do mar, sobre
mar? Nada ou quase nada, ando muito enjoado com tanta coisa dita de maneira
velada para se esconder uma verdade e se tentar implantar uma verdade para quem
quer ser o dono da verdade, vedando os olhos e a consciência das pessoas com
uma imensa corrente de mentiras, e o pior de tudo isso é que esta mentira, não
é uma mentira pouca e muito menos mentira igual a pulo de grilo, mas que isso
tem colocado muito grilo na cabeça de muita gente, ah! Isso tem. O negócio anda
tão sério que tem gente vendendo delação premiada a qualquer custo e ao um
preço tão barato, igualmente bolo solado em final de festa.
Alguém até poderia
perguntar, o que o mar tem haver com tudo isso? O mar é dono da verdade? É o
supremo da mentira? Não uma coisa e nem outra e muito menos vai salgar esta
truculenta ação para tentar livrá-la de apodrecer nos corredores das
circunstâncias. Dizer que alguém é ladrão, criminoso ou um manipulador de fatos
é muito fácil, o difícil é sustentar esta ou aquela história com provas
comprobatórias e com elementos suficientes para fazer valer uma verdade e
deixar a mentira cair por terra, mas só que isso é muito difícil, ainda mais
quando o jogo de interesses é bem maior do que a credibilidade da verdade.
Hoje em dia mais nada me
assusta, quando o tema é galgar posição, mesmo que a confortável subida possa
lhe causar um prejuízo histórico do ponto de vista de uma personalidade que foi
construída ao longo de varias décadas. Outra coisinha que não suporto é este
discurso enfadonho de “paz e amor”, melhor mesmo era batiza esta falsa retidão
de: “eu quero é me dá bem”, não importando que se for por uma boa barganha,
alguns vão comer o diabo vivo tentando saciar uma barriga vazia da mais
infinita necessidade.
Qual é mesmo o prato mais
frio que se come de uma segunda pra terça? Outra pergunta que vai ficar no
vácuo, torrando as bases da boa verdade e alicerçando a mentira de um
parlamento que deseja retornar para as trevas da crueldade, dando ao povo mais
circo do que pão.
O pior de tudo isso é
observar muita gente tentar embarcar no imenso navio da mentira velada, não
tendo medo de se afogar nas profundezas de um sombrio mar que não para de tragar gente, já que os donos da “verdade” estão protegidos nos submarinhos
construídos com o suor do povo. Não gosto de ouvir certas frases que dão
conotação lacunar da vala comum que sempre foi imposta pelo colonialismo
selvagem. E o mais letal e cruel, é que muitas vezes alguém chega a defender
tal tese e com tanta segurança, que começa a pensar que é verdade, não sabendo
este, que a verdade tão protegida, é simplesmente a mentira do desengano.
“Navegar é preciso”, mas
não podemos navegar numa geleira capaz de sufocar a nossa mais sublime das
nossas virtudes humanas, que é a nossa liberdade.
Samuel Barrêto
É autor do livro:
Versos Cinzentos

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