Piauí: Motoristas não aceitam proposta e mantêm greve dos ônibus em Teresina

Por Efrém Ribeiro

Foto: Raíssa Morais

Fracassou a primeira rodada de negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Estado do Piauí (Sintetro) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), realizada durante a tarde e noite desta terça-feira (05), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 22ª Região do Piauí, mediada pelo desembargador Manoel Edilson. As negociações serão retomadas nesta quarta-feira (06).

O presidente do Sintetro, Fernando Feijão, afirmou que os empresários também não fizeram o pagamento dos salários dos trabalhadores relativo ao mês de janeiro alegando que não receberam os recursos do subsídio para o transporte dos estudantes pela Prefeitura de Teresina, além de fazerem exigências que não podem ser aceitas pela categoria.

O vice-presidente do Sintetro, Ajuri Dias, afirmou que os trabalhadores querem um reajuste salarial linear de 5% e os diretores do Setut fizeram proposta de aumento de 4% para os motoristas; de 4,5% para os cobradores e 5% para os trabalhadores da manutenção e mantendo os mesmos valores para o tíquete-alimentação, além de quererem mudar o plano de saúde para a Intermed.

“Queremos que o aumento seja linear”, afirmou Ajuri Dias, garantindo que a greve os ônibus urbanos continua.

Ele disse que os motoristas e cobradores não aceitaram a proposta do trabalho intermitente de três horas em um turno e quatro horas no segundo turno, quando os trabalhadores querem continuar a jornada direta de sete horas e 20 minutos. Atualmente, existem 11 mil trabalhadores no setor em 410 ônibus.

Fonte: meionorte.com

Tragédia: Número de mortos confirmados em Brumadinho sobe para 142

O número de mortos confirmados em decorrência da tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) subiu para 142. Destes, 122 foram identificados e 20 estão sem reconhecimento. As informações foram atualizadas pela Defesa Civil de Minas Gerais no fim da tarde de hoje (5).

Segundo o boletim do órgão, ainda há 194 desaparecidos, sendo 61 da listagem da Vale e 133 de trabalhadores terceirizados ou pessoas da comunidade. Já os localizados totalizam 392, sendo 223 da lista da mineradora e 169 terceirizados ou da comunidade.

No balanço divulgado ontem (4), haviam sido registrados 134 pessoas mortas na tragédia, 199 desaparecidas e 394 localizadas.

Os dados da Defesa Civil atualizam também desabrigados e hospitalizados. No primeiro grupo encontram-se 103 pessoas, que foram deslocadas para alojamentos temporários, como hoteis. Entre as pessoas em tratamento em hospitais restam três vítimas.

Soltura de presos

Ontem (05) o Superior Tribunal de Justiça decidiu pela soltura de cinco pessoas presas no dia 29 de janeiro acusadas de envolvimento na tragédia. Entre elas estavam engenheiros, geólogos e outros técnicos da Vale e da empresa que assinou laudo assegurando as condições de segurança da barragem.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Brasil: Previdência: alternativa do governo é idade mínima de 65 anos para homens e 63 para mulheres

Governo confirmou que existe mais de uma versão para reforma da Previdência Foto: Arquivo

A proposta de reforma da Previdência que iguala a idade mínima de aposentadoria de homens e mulheres em 65 anos não é a única que a equipe econômica tem na manga. Interlocutores do governo afirmam que também existe a possibilidade de uma idade mínima de 65 anos para homens e 63 anos para mulheres , o que seria uma forma de contemplar os anseios da ala política do governo, que acha difícil passar no Congresso a ideia de igualar os sexos.

A minuta que está circulando desde segunda-feira fixa a idade mínima de 65 anos para novos entrantes no mercado de trabalho. Para quem já está nele, a ideia seria aproveitar o sistema de contagem de pontos que já existe e está em 86/96 (soma de idade e tempo de contribuição). Essa fórmula começaria a subir de forma progressiva a partir de janeiro de 2020. O texto prevê o acréscimo de um ponto a cada ano, até atingir 105 pontos para homens e mulheres. Com isso, a fase de transição duraria até 19 anos para as mulheres (em 2038) e nove anos para os homens (em 2028).

Mas para aumentar o efeito da reforma, no entanto, o texto alternativo encurta essa transição. Um dos caminhos é aumentar o somatório 86/96 em um ponto por ano até atingir 100/106. Dessa forma, a transição duraria 10 anos para os homens e 14 anos para as mulheres.

A proposta alternativa também fixa em 60 anos a idade para que as pessoas em condições de miserabilidade possam ter direito a uma renda de R$ 500. Na minuta divulgada na segunda, a idade para ter acesso ao benefício é de 55 anos. No entanto, parte da área econômica avaliam que esta idade é baixa e a medida pode elevar as despesas do governo.

Fonte: oglobo.globo.com

Maranhão: Homem que matou ex-mulher com 12 facadas morre em Balsas

Vando Gomes do Nascimento é suspeito de assassinar a ex-mulher em Balsas. — Foto: Reprodução/TV Mirante

O homem que matou a ex-mulher com 12 facadas na última segunda-feira (04) morreu no início da tarde desta terça-feira (05) em Balsas, a 810 km de São Luís. Vando Gomes do Nascimento se recuperava de uma cirurgia após tentar tirar a própria vida.

Segundo o Hospital Municipal de Balsas, depois de ser operado, Vando do Nascimento estava internado em uma semi UTI com o quadro de saúde complicado por causa dos ferimentos que sofreu.

Entenda o caso

Na madrugada de segunda-feira (04), Vando do Nascimento, inconformado com o fim do relacionamento amoroso, invadiu a casa da ex-mulher, Adaléia Carvalho da Silva. Segundo a polícia, Vando pulou o portão, bateu na porta da cozinha, teve uma rápida discussão com a ex-mulher e em seguida desferiu um golpe no peito dela.

Adaleia Carvalho da Silva deixou dois filhos, sendo que um deles é, inclusive, filho do seu ex-marido — Foto: Reprodução/TV Mirante

Ainda de acordo com a polícia, Adaléia Carvalho da Silva ainda tentou fugir, mas o ex-marido a perseguiu e desferiu contra a vítima ainda mais 11 golpes de faca. Após assassinar a ex-mulher, Vando Gomes desferiu alguns golpes de faca em si mesmo.

Fonte: g1.globo.com/ma

Trizidela do Vale: Departamento de trânsito e mototaxistas discutem organização e regularização da categoria

Foto: Toni Maranhão

Em reunião realizada sexta-feira (01), o diretor do Departamento Municipal de Trânsito de Trizidela do Vale, Álisson Pascoal, o diretor da cooperativa de mototaxistas, o Sr. Nicolau, o secretário municipal de segurança, Chico da TV, e o comando da Polícia Militar, Major QOPM Ricardo, estiveram discutindo com a classe de mototaxistas da cidade, algumas regras sobre a organização do trânsito, além da regularidade da profissão para os mototaxistas não autorizados.

Foto: Toni Maranhão

Segundo o diretor do departamento de trânsito do município, essa já é uma questão que vem sendo bastante abordada, o que, após as blitz educativas deflagradas pela guarda municipal, o intuito é chamar atenção dos condutores de motocicletas que exercem a profissão de mototaxista irregularmente, pois a administração reconhece que muitos precisam trabalhar, mas, que seja de forma regular, para que ninguém possa sair prejudicado. Como foram bastantes meses de orientação, a partir de agora a cobrança será mais rigorosa no sentido de coibir aqueles que ainda insistem em trafegar de forma irregular como transporte coletivo de passageiros.

Assecom – Assessoria de Comunicação de Trizidela do Vale – MA

Brasília: Mourão diz que Bolsonaro e Guedes divergem sobre idade mínima, mas que decisão será do presidente

O vice-presidente Hamilton Mourão participa de reunião ministerial Foto: Romério Cunha/Vice-Presidência

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes,divergem sobre a proposta de reforma da Previdência que será apresentada: Guedes defende uma idade mínima igual para homens e mulheres, enquanto Bolsonaro é contra. Mourão ressaltou, contudo, que a decisão final será do presidente.

— O Guedes tem a visão dele mas é o presidente que vai decidir. Na visão dele (Guedes) é todo mundo igual. Não é isso que se busca hoje, a igualdade? Mas o presidente (Bolsonaro) não concorda — disse Mourão.

O vice-presidente negou que a divergência entre os dois em um dos pontos principais da reforma possa trazer algum atrito:

— Não vai trazer problema. Quem decide é o presidente, ele que foi eleito, nós aqui somos só atores coadjuvantes — argumentou.

Mourão disse ainda que o texto final da nova reforma deve ser encaminhado ao Congresso Nacional na segunda quinzena de fevereiro, após Bolsonaro terminar a recuperação da cirurgia a que foi submetido na semana passada.

— Temos que aguardar ele (Bolsonaro) ter alta, por enquanto não há expectativa ainda. Aí ele vai dar a decisão e acredito que na segunda quinzena de fevereiro deve ser enviado ao Congresso — explicou o Mourão.

Fonte: oglobo.globo.com

Pedreiras: Fim do recesso! Iniciados os trabalhos para 2019 na Câmara de Vereadores

Foto: Sandro Vagner

Os vereadores de Pedreiras retornaram ontem (04) do recesso parlamentar. Dos 13, apenas dois não participaram da sessão, Robson Rios (PSC), por problema de saúde, e Sérgio Profírio (PEN), não foi informada a ausência.

A Mesa Diretoria com sua nova formação, mais uma vez, comandada pelo vereador Bruno Curvina (PDT), reeleito, presidiu a sessão solene que durou poucos minutos.

Na volta, durante a sessão ordinária, foi discutida a composição das Comissões, onde o vereador Elcinho Gírio (PRP) questionou seu nome como suplente, o suficiente para mais um intervalo e os vereadores se reuniram rapidamente no gabinete do presidente, para resolver o problema.

Conseguimos um espaço importante dentro das comissões permanentes na Câmara de Pedreiras, onde a gente vai ser relator, juntamente com o vereador Jotinha. Isso é importante, somos relatores agora, do povo de Pedreiras. Todos os processos, todos os encaminhamentos e documentos que vierem pra esta casa, vão ter a apreciação dos vereadores de oposição.” Disse o parlamentar, que durante o grande expediente aproveitou para informar sobre as denúncias contra a gestão municipal, que já foram protocoladas no Ministério Público, incluindo uma Ação de Improbidade Administrativa.

Ainda sobre denúncias, o vereador Jotinha (PTB), que pedia a convocação de dois envolvidos em situações diferentes, para que se explicassem, como por exemplo, aluguel de veículo e aquisição de uma grande quantidade de brita, teve os dois pedidos desaprovados pela maioria dos vereadores.

O vereador Adonias Quineiro (PRB) voltou a alertar sobre a situação crítica em alguns trechos na BR – 381, Rodovia João do Vale, que liga Pedreiras a Joselândia. Pedindo que cada parlamentar que apoiou seu deputado estadual, possa informar o risco da estrada voltar a ficar intrafegável, como em anos passados.

Foto: Sandro Vagner

Na sessão de ontem, também ficou definido, em acordo firmado por todos os parlamentares, que a partir da próxima semana as sessões voltarão acontecer no turno matutino, sempre às sextas-feiras, com início previsto para as 08:00h.

Diante às desavenças, o presidente da câmara, vereador Bruno Curvina (PDT), classificou os fatos como normais, principalmente, sobre as comissões que tem como presidentes os vereadores Gard Furtado (PR) e Aristóteles Sampaio (REDE), que ficaram responsáveis pela escolha dos relatores e seus membros e suplentes. Sobre as denúncias, Bruno Curvina disse o seguinte:

O que a gente vem cobrando deles é que eles façam as denúncias na própria Câmara, no entanto, eles estão usando a Câmara apenas como palco. Eles vem à tribuna, falam o que querem, fazes as reclamações, algumas reclamações realmente tem sentido, mas na hora de protocolar, de formalizar a denúncia na câmara, não fazem, então, a gente fica de mãos atadas. Eles tem informações e não querem nos passar, a gente não entende. Até por que, a gente não tem como atrapalhar o Ministério Público, que é um órgão à parte.” Finalizou.

Fotos: Sandro Vagner

Alguns convidados participaram da abertura do ano legislativo: Francisco Rodrigues Morais Filho (Secretário de Segurança e Defesa Social de Trizidela do Vale); Major Ricardo (Comandante do 19º BPM); Socorro Rios (Secretária de Assistência Social de Pedreiras); Francisco Flávio “Cacimbão” (Secretário de Articulação Política); Francinete Braga (Presidente da FUP) e a diretora da biblioteca municipal Antenor Amaral, Nicéria Carneiro.

Fotos: Sandro Vagner

O público presente na galeria não foi dos melhores, mas, pelos menos, algumas pessoas foram acompanhar a sessão, tendo a oportunidade de saber como o seu representante está se comportando em plenário.

O vereador Aristóteles Sampaio foi confirmado como o novo líder do governo municipal, substituindo o colega Filemon Neto.

Maranhão: Mulher é assassinada pelo ex-marido com 12 golpes de faca em Balsas

Adaleia Carvalho da Silva deixou dois filhos, sendo que um deles é, inclusive, filho do seu ex-marido — Foto: Reprodução/TV Mirante

Uma mulher identificada como Adaléia Carvalho da Silva, de 25 anos, foi morta pelo ex-marido reconhecido como Vando Gomes do Nascimento na madrugada de domingo (3) após levar 12 facadas no município de Balsas, a 810 km de São Luís.

Segundo a polícia, que acompanha o caso, o crime de feminicídio aconteceu por volta das 3h30 de domingo (3) na Rua Tito Coellho no bairro Bacaba, em Balsas. Os policiais afirmam que Vando Gomes pulou o portão da casa da mãe da vítima, bateu na porta da cozinha, teve uma rápida discussão com Adaléia e em seguida pegou uma faca e desferiu contra ela um golpe no peito.

Ainda de acordo com a polícia, Adaléia Carvalho da Silva ainda tentou fugir, mas o ex-marido a perseguiu e desferiu contra a vítima ainda mais 11 golpes de faca.

Após o homicídio, Vando Gomes do Nascimento ainda tentou se matar desferindo cinco facadas no próprio corpo. Ele foi levado para o Hospital Municipal de Balsas, onde foi submetido a uma cirurgia e segundo o último boletim médico o estado de saúde dele é gravíssimo.

A polícia diz que assim que o suspeito receber alta ele vai ser preso e vai responder pelo crime. Há uma informação de que em outubro de 2018 Adaléia Carvalho havia registrado uma ocorrência contra Vando Gomes na Delegacia da Mulher por ameça de morte. O crime está sendo investigado pela Polícia Civil. Adaleia Carvalho da Silva deixou dois filhos, sendo que um deles é, inclusive, filho do seu ex-marido.

Fonte: g1.globo.com/ma

Brasília: Após Barroso mandar uma, Fachin envia à 1ª instância outras duas denúncias da PGR contra Temer

O ex-presidente Michel Temer — Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à primeira instância da Justiça duas denúncias apresentadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Michel Temer. As decisões foram tomadas por Fachin na última sexta-feira (1º) e divulgadas nesta segunda (4).

Mais cedo, o ministro Luís Roberto Barroso remeteu outra denúncia contra o ex-presidente para a primeira instância da Justiça: a do caso conhecido como inquérito dos portos, no qual ele foi acusado pela Procuradoria Geral da República de integrar um suposto esquema para favorecer empresas com a edição de um decreto sobre o setor portuário. Temer sempre negou a acusação.

Os dois ministros enviaram as denúncias para a primeira instância porque desde que deixou de ser presidente, em 1º de janeiro, Temer perdeu o direito ao chamado foro privilegiado, pelo qual tinha a prerrogativa de responder a processo somente no Supremo Tribunal Federal.

Na sexta-feira (1º), Fachin também remeteu à justiça Eleitoral um inquérito em que Temer é investigado por envolvimento no suposto repasse ilícito pela Odebrecht a políticos do MDB.

Denúncias da PGR

Ainda como presidente da República, Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República

Nos dois primeiros casos, o Supremo só poderia analisar as denúncias se a Câmara dos Deputados autorizasse. Mas a maioria dos deputados, nas duas denúncias, rejeitou o prosseguimento dos processos. Com isso, os processos ficaram parados até o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro.

No terceiro, a denúncia não foi analisada pela Câmara porque a denúncia foi apresentada em data próxima do fim do mandato e não havia tempo para os deputados analisarem.

Entenda os três casos

Caso da mala – O ex-presidente foi denunciado por corrupção passiva no caso da mala com R$ 500 mil recebida da JBS por Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer.

Caso do MDB – Temer também foi acusado pelo Ministério Público de ser o líder de uma quadrilha do MDB que fraudava estatais; também foi denunciado por obstrução à Justiça por supostamente ter tentado comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).

Caso dos portos – O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por integrar um suposto esquema para favorecer empresas específicas na edição de um decreto sobre o setor portuário.

Nos três casos, Temer negou envolvimento em irregularidades. Em pronunciamentos à imprensa, sempre disse não estar envolvido com os fatos narrados pela acusação.

Fonte: g1.globo.com

São Paulo: Laudo de estabilidade de barragem da Vale cita erosão e problemas de drenagem

O laudo técnico que atestou a segurança da barragem da Vale em Brumadinho (MG) emitido em setembro do ano passado —cinco meses antes de a estrutura se romper e matar ao menos 134 pessoas— apontou erosão e problemas de drenagem.

Folha teve acesso aos atestados de estabilidade da barragem 1 da mina do Córrego do Feijão emitidos desde 2006. 

O documento de 2018 deveria garantir a resistência da estrutura por um ano. Nele, estão citados pontos de erosão superficial da ombreira (lateral da barragem), indícios de alagamento a jusante (logo após a barragem), assoreamento e trincas em canaletas de drenagem e danos nos tubos de PVC das saídas do sistema de drenagem, entre outros problemas que deveriam ser sanados pela Vale para garantir as condições de segurança da estrutura.

O atestado foi emitido pela empresa alemã Tüv Süd e assinados pelo engenheiro Makoto Namba, sob a condição de a mineradora manter as atividades de inspeção, monitoramento e manutenção, segundo trecho do documento que foi enviado em setembro à Fundação Estadual do Meio Ambiente, órgão do Governo de MG que cadastra e monitora indicadores das barragens.

O documento avaliou como “local de permanência eventual” a ocupação próxima à barragem. O termo, segundo critérios de avaliação de barragens do Conselho Estadual de Política Ambiental do governo mineiro, significa que não há habitações na área, e sim locais de permanência periódica, como estradas, indústria, mina operante ou escritórios. 

Neste caso, havia a estrutura administrativa e o refeitório da mina —onde estima-se que morreu a maior parte das pessoas—, mas a lama de rejeitos também atingiu bairros da zona rural de Brumadinho. O critério é condicionante nas liberações de licenças ambientais no estado de Minas Gerais desde 2017.

O responsável técnico-operacional da barragem, de acordo com o documento, era Lúcio Rodrigues Medanha, que morreu na tragédia.

Makoto Namba, que assinou o documento, está preso temporariamente desde a semana passada, junto de outro engenheiro e três funcionários da Vale responsáveis pelo licenciamento da estrutura.

O laudo emitido em setembro de 2018 é o que tem o maior número de recomendações dadas à Vale. Foram 17 apontamentos de ações que a empresa deveria realizar para manter a barragem em segurança. No ano anterior, constaram dois apontamentos.

Uma das recomendações citou a necessidade de instalar monitoramento microssísmico (que acompanha pequenas movimentações do solo) no corpo da barragem para controlar a estabilidade durante obras e detonações por explosivos.

A Vale alterou em outubro de 2017 o sistema de monitoramento sismográfico das minas situadas no Quadrilátero Ferrífero, onde está Brumadinho. Antes feito individualmente em cada barragem, o monitoramento de movimentações passou a ser feito de modo remoto, eletrônico e mais abrangente a partir de sismógrafos instalados em 35 pontos que enviam informações a uma central de controle. 

A mudança também diminui a emissão de relatórios de movimentação, que passaram a ser anuais, em vez de trimestrais e semestrais, como eram antes. A Vale investiu R$ 25 milhões na implantação do sistema de monitoramento automatizado.

Em parecer contrário à mudança no monitoramento, o Fonasc (Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas) avaliou a medida como “inaceitável” e afirmou que o Quadrilátero Ferrífero é uma das regiões brasileiras com maior risco sísmico.

engenheiro Joaquim Pimenta de Ávila assinou os laudos da barragem 1 do Córrego do Feijão por dez anos, de 2006 a 2015 —ele não garantiu as condições da estrutura nos anos de 2006 e 2007. 

Pimenta de Ávila foi o projetista da barragem da Samarco em Mariana que se rompeu em 2015. Ele chegou a ser investigado como um dos responsáveis pela tragédia que deixou 19 mortos e um rastro de destruição do interior de MG ao litoral do ES, mas depois passou a ser considerado testemunha. Ele não chegou a ser indiciado ou denunciado.

Na tragédia da Samarco, a barragem também tinha um laudo de estabilidade emitido meses antes de ruir

A Vale afirmou via assessoria de imprensa que “o documento não apresentava problemas e, sim, continha recomendações”. Todas foram cumpridas ainda em 2018, diz a empresa, que ressalta que são “recomendações rotineiras em laudos deste gênero.”

A mineradora diz que a instalação do monitoramento microssísmico estava prevista para 2019 e que já faz monitoramento sismográfico na região desde 2017 —as análises sismográficas ainda estão em andamento, diz.

A empresa diz que a estrutura já estava submetida a auditorias técnicas de segurança com frequência anual, a maior prevista na lei, e que o laudo de setembro atestava a estabilidade da barragem.


COMO É A FISCALIZAÇÃO DE BARRAGENS NO PAÍS

Empreendedor Dona da barragem precisa contratar uma auditoria externa e independente para garantir a estabilidade da estrutura

Auditor Engenheiro faz uma inspeção visual e analisa também projeto, licenciamento e dados dos instrumentos de medição instalados na estrutura, como indicadores de nível de água e medidores de pressão. O resultado é a declaração de condição de estabilidade

Periodicidade Validade do laudo depende do potencial de risco de cada barragem. No caso da Vale, atestado valia por um ano. Especialistas dizem que essa é a maior deficiência do sistema, já que o laudo seria um retrato da barragem no momento da inspeção

Laudo Mesmo atestando a estabilidade, documento lista problemas que devem ser corrigidos pela mineradora —mas há pouca fiscalização do cumprimento desses pontos

Inspeções Além do laudo anual, há inspeções a cada quinze dias, que são registradas em sistema da Agência Nacional de Mineração; houve duas dessas em janeiro, segundo a Vale.

Fonte: folhauol.com.br